José Manuel Rodrigues defende redução do número de alunos por turma
Decorreu, esta segunda-feira, no hemiciclo da Assembleia Legislativa Regional, a 5.ª edição do MadeiraMUN. Esta iniciativa é organizada pelo programa Parlamento dos Jovens da Escola Secundária Jaime Moniz. Na ocasião, o presidente do Parlamento madeirense, José Manuel Rodrigues iniciou a sua intervenção afirmando que “é inegável que a Madeira e o país deram passos significativos na Educação, nas últimas décadas. A escola gratuita, tendencialmente gratuita, para todos, democratizou o acesso ao ensino que deixou de ser um privilégio das famílias de melhores rendimentos e passou a ser um direito fundamental de todas as crianças e jovens. A educação é, hoje, um direito inalienável e que deve estar ao alcance de todos.”
O Presidente da Assembleia reforçou que importa reduzir o número de alunos por turma, defendendo que é necessário criar novos currículos alternativos e novas estratégias de ensino para os jovens com problemas de aprendizagem.
“Apostar muito mais em cursos profissionais de nível secundário e de nível superior, adequados às carências presentes e às necessidades futuras do mercado regional. Aproveitar as boas experiências realizadas em estabelecimentos de ensino madeirenses, que reduziram as taxas de abandono, e daí tirar as devidas ilações para toda a Região”, afirmou.
Esta edição do MadeiraMUN foi subordinada ao tema 'A Educação- um direito essencial' e contou com a presença de alunos de seis escolas secundárias da Região. O Modelo das Nações Unidas (Model United Nations) é uma simulação de um debate das Nações Unidas que é realizada ao nível do ensino secundário e universitário.
No MUN, os estudantes participam como “delegados” de um Estado membro da Organização das Nações Unidas (ONU) e simulam comités da mesma.
Este tipo de experiências não só permite aos estudantes envolverem-se no debate de importantes e atuais questões internacionais, como também alargar a sua visão do mundo e o seu conhecimento no que diz respeito às relações internacionais e ao papel da ONU, levando a que os jovens desenvolvam o seu espírito crítico, bem como as tão importantes soft skills.
O MUN ambiciona educar os seus participantes relativamente a questões cívicas, de comunicação eficaz, globalização e diplomacia multilateral.
José Manuel Rodrigues lembrou que é preciso dar mais às escolas e “competências aos docentes e formadores para usarem outros métodos de ensino, como as tecnologias e as artes, tornando as aulas mais dinâmicas e mais apelativas. É necessário concluir a digitalização das nossas escolas, para tornar a aprendizagem mais interessante e acompanhar a revolução tecnológica.”
O Presidente da ALM, chamou ainda a atenção para “os muitos jovens a engrossarem a chamada "geração nem-nem” o conjunto de jovens, entre os 18 e os 34 anos, que não estudam nem trabalham. Em Portugal, são cerca de 300 mil. Na Madeira, não há números conhecidos, mas há casos à vista de todos.”
Ana Isabel Freitas, presidente da Escola Secundária Jaime Moniz, realçou a importância deste tipo de iniciativa para os jovens da nossa região, afirmando que “são uma mais-valia para o desenvolvimento do espírito crítico, bem como da capacidade de argumentação de quem neles participa. A Educação é um bem precioso, a educação é saber valorizar o próximo e valorizar o saber. O saber e o conhecimento dão a cada cidadão uma autonomia que leva à sua afirmação social e ao usufruto dos seus direitos fundamentais. Num tempo em que o mundo está cada vez mais tecnológico, é necessário sabermos parar, e ousar pensar, e isso passa pela nossa educação. Da escola, espera-se que sempre prevaleça aprender. A Educação é um direito fundamental em toda a sociedade.”