Israel acusa irmã de líder do Hamas por incitação ao terrorismo
A irmã do líder do gabinete político do grupo palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, foi acusada pela justiça israelita de incitação ao terrorismo e de identificação com uma organização terrorista, após a sua detenção no sul de Israel.
De acordo com o jornal Times of Israel, Sabah Al-Salem Haniyeh, de 57 anos, é acusada de ter enviado duas mensagens através da aplicação WhatsApp a dezenas dos seus contactos, incluindo o próprio líder do Hamas, "elogiando, encorajando e apoiando" os ataques do grupo islamita em 07 de outubro em solo israelita, que deixaram quase 1.200 mortos e 253 pessoas sequestradas.
A irmã de Ismail Haniyeh foi presa no dia 01 de abril na cidade beduína de Tel Sheva, no sul de Israel.
Segundo a acusação, no dia 10 de outubro, Sabah Al-Salem Haniyeh enviou uma mensagem a dois grupos de WhatsApp, um dos quais com 116 membros e o outro com nove, pedindo-lhes que divulgassem uma oração que ajudaria a "destruir o inimigo".
Numa das mensagens enviadas pela irmã do líder do Hamas identificada pela investigação, pode ler-se: "Destruam-nos e destruam os seus edifícios... e aproximem o seu fim e cortem-lhes as vidas e deixem-nos lidar com os seus cadáveres".
Devido a mensagem, e a outra enviada em 09 de outubro, ela é acusada de duas acusações de identificação com uma organização terrorista, o que acarreta uma pena de três anos de prisão se for condenada, e três acusações de incitação ao terrorismo, que implica uma pena de cinco anos.
A acusação foi apresentada ao Tribunal de primeira instância de Beersheba e o Ministério Público solicita que o tribunal ordene que Sabah Al-Salem Haniyeh permaneça detida até que o processo judicial seja concluído.
Ismail Haniyeh está exilado no Qatar há anos e chefia o braço político do grupo islamita, além de liderar a sua representação no exterior.
Após o ataque do Hamas de 07 de outubro, Israel desencadeou uma vasta operação militar na Faixa de Gaza, que, segundo as autoridades locais, controladas pelo grupo palestiniano, já matou mais de 34 mil pessoas, na maioria civis, e mergulhou o enclave numa grave crise humanitária.
Israel, Estados Unidos e União Europeia classificam o Hamas como organização terrorista.