Forças de Kiev reclamam mais um navio russo atingido na Crimeia
O Ministério da Defesa ucraniano anunciou hoje que a Marinha de Kiev atingiu um navio de resgate da frota russa do Mar Negro na Crimeia, após Moscovo ter indicado que repeliu um ataque contra a sua armada.
"Hoje, a marinha ucraniana atingiu o navio de resgate russo 'Kommouna' (...) A natureza dos danos está a ser verificada", declarou o Ministério da Defesa.
Segundo o jornal Ukrainska Pravda, o navio, identificado como a embarcação militar mais antiga do mundo - atravessando duas guerras mundiais -, incendiou-se no porto de Sebastopol, na península da Crimeia, anexada por Moscovo em 2014, em resultado de uma operação da Marinha Ucraniana hoje realizada.
"Este evento ocorreu com o envolvimento direto da Marinha Ucraniana. O tipo de danos causado ao navio está a ser estabelecido, mas os primeiros relatórios indicam que o navio não está apto para realizar missões", descreveu Dmytro Pletenchuk, porta-voz da Armada de Kiev, citado pelo jornal.
Anteriormente, A Rússia disse ter repelido um ataque ucraniano a um navio da Frota do Mar Negro no porto de Sebastopol, sem identificar a embarcação.
O ataque, alegadamente efetuado com mísseis antinavios, ocorreu hoje de manhã na parte norte da base da frota russa, disse o governador de Sebastopol, Mikhail Razvozhaev.
"Um pequeno incêndio deflagrou e foi rapidamente extinto", acrescentou Razvozhaev nas redes sociais, segundo a agência espanhola EFE.
O porta-voz da Marinha da Ucrânia explicou que a embarcação não era um navio de guerra, mas, apesar da sua idade, estava a servir a Frota Russa do Mar Negro e em condições de funcionamento.
O Ukrainska Pravda refere que a Rússia utilizou o "Kommuna" para inspecionar o local onde o "Moskva" -- o navio-almirante da Frota Russa do Mar Negro -- se afundou após um ataque ucraniano em abril de 2022.
De acordo com fontes abertas russas, o "Kommuna", lançado em 1915, é não só o navio mais antigo da Marinha Russa como o navio mais antigo em serviço militar do mundo, sendo o único da sua classe na Frota do Mar Negro.
Com mísseis e 'drones' navais e aéreos de sua própria produção, a Ucrânia conseguiu destruir desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, um terço dos navios da Frota do Mar Negro, que tinha provocado elevados danos nos primeiros meses da invasão russa.
Depois do "Mosvka", em fevereiro passado, as forças de Kiev destruíram o navio de desembarque "Caesar Kunikov" e a corveta de mísseis "Ivanovets" perto da costa da península anexada da Crimeia, e, no início de março, também afundaram a corveta "Sergei Kotov".
O ataque de hoje em Sebastopol ocorre um mês após a substituição do chefe da Marinha da Rússia, no seguimento das perdas russas no Mar Negro.
O novo chefe, Alexandr Moiseyev, que se encontra de visita à China, foi anteriormente comandante da Frota do Mar Negro, cargo que ocupou até 2018, após o qual em 2019 foi nomeado comandante da Frota do Norte.
Nos últimos meses, a Ucrânia tem sofrido intensas campanhas de bombardeamentos das forças de Moscovo contra as suas principais cidades e infraestruturas energéticas, provocando vítimas civis.
Ao mesmo tempo, a Ucrânia tem realizado uma série de ataques em profundidade em solo russo e nos territórios ocupados, incluindo a Crimeia, que também têm causado mortes de civis.