“Até os custos de soberania são pagos pelos contribuintes da Madeira e dos Açores”
Miguel Albuquerque, presidente da Comissão Política Regional do PSD
Na última intervenção no Congresso, o presidente da Comissão Política Regional do PSD começou por enviar “abraço de amizade e solidariedade ao Pedro Calado”, arrancando a primeira grande ovação da plateia que enche o Centro de Congressos da Madeira.
Albuquerque vincou a “absoluta integridade e grande competência” do ex-presidente da Câmara Municipal do Funchal.
Dirigiu-se depois ao vice-presidente do PSD Nacional, Miguel Pinto Luz, para dar conta que o também ministro das Infraestruturas e da Habitação tem “caderno de encargos que não é brincadeira”, por considerar que está responsável por “pasta assoberbada” de assuntos que configuram muitas dificuldades.
Destacou o facto de o PSD/M ser há 48 anos é o farol da resistência ‘laranja’ e criticou os “preconceitos” e “anacronismo mental” de alguns decisores na República.
Por cá, aproveitou a presença de representantes dos partidos com assento na Assembleia Legislativa, denunciou o “revanchismo ou ignorância” que muitas vezes são entraves na conquista de mais autonomia, ao reafirmar o desejo de um sistema fiscal próprio e a redução de impostos.
Denunciou ainda “a pouca vergonha” de algumas políticas, onde “até os custos de soberania são pagos pelos contribuintes da Madeira e dos Açores”, criticou. O mesmo em relação aos encargos com os subsistemas de saúde das forças de segurança, que continua a ser suportada pelo Orçamento Regional.
Denunciou ainda o “desleixo absoluto” bem patente nalgumas esquadras da Polícia, da exclusiva responsabilidade da República. No ‘rol’ de críticas apontou a “bandalhice” bem patente na “anedota nacional” que é a concessão do transporte aéreo inter-ilhas devido a um “concurso emaranhado há séculos”.
Corroborou com o que dissera na véspera por Miguel de Sousa. Antes ser madeirense de primeira que português de segunda.
Os encargos com as tarifas do transporte aéreo também mereceu duras críticas de Miguel Albuquerque. Sucesso tem sido o helicóptero da Protecção Civil, mas lamenta que não seja o Estado a assumir os encargos com o mesmo. Sobre a ‘novela’ em torno do controverso ferry, apenas sabe que “até hoje ainda não saiu do estaleiro”. Questões que só serão resolvidas acima das lutas partidárias.
Na longa intervenção, concluiu que ainda há muita gente que confunde o acessório com o essencial. Mote para dar nota que os pessimistas recorrentes vêm desgraça em tudo sempre que se aproximam eleições.