Se fosse no continente, Pedro Ramos não ficaria no cargo mais dois dias, garante JPP
Em causa, os telefonemas feitos pelo secretário em prol de Albuquerque, durante a campanha nas eleições directas no PSD-Madeira
Face às declarações de Pedro Ramos proferidas ontem à RTP-M, onde admite ter feito os telefonemas de apelo ao voto nas internas do PSD a favor de Miguel Albuquerque, o JPP entende que a situação, a corresponder a factos, "encerra em si mesma, um claro abuso de poder e uma 'oficialização' da cunha como forma de obter vantagem sobre os restantes cidadãos, neste caso no acesso aos cuidados de saúde".
Neste caso sugerimos a Pedro Ramos que aproveite a onda de chamadas e a sua boa vontade para telefonar aos doentes oncológicos que estão há 3 e 4 semanas sem medicação e aos milhares de utentes que se encontram há 2, 3 e 4 anos em lista de espera para cirurgia, consulta e exame. Estamos em crer que ao contrário do que apregoa Pedro Ramos, o cartão laranja parece ter sido uma via verde para ter acesso aos cuidados de saúde de forma prioritária. Élvio Sousa, JPP
Lembra o JPP que, com mais de 92 mil actos médicos por realizar e um aumento gravoso de mais de 80% das listas de espera para os exames, o que se espera é que Pedro Ramos faça "uma gestão eficiente do sistema regional de saúde, e sem favorecimentos aos militantes do PSD". No 'rectângulo', diz Élvio Sousa, o secretário Pedro Ramos, "com esta situação, não ficaria no cargo dois dias. Seria 'julgado” em conformidade".