'Confiança' diz que Cristina Pedra levantou "um novelo de mentiras"
"Após o desastre evidenciado" na prestação de Contas de 2023 da Câmara Municipal do Funchal, que representou um prejuízo superior a 5 milhões de euros, a Coligação Confiança refere que "a responsável pelo pelouro financeiro" tentou "disfarçar" os resultados negativos com "acusações levianas e pouco abonatórias para o cargo institucional que ocupa".
"Ao tentar denegrir o trabalho do mandato anterior, ensaiando um passar de culpas para mascarar o, cada vez mais, evidente insucesso da sua governação, a Drª Cristina Pedra levanta o véu a um novelo de mentiras que hoje são visíveis aos olhos dos funchalenses", refere a coligação.
Neste sentido, a Coligação verifica "os factos confirmados nos documentos" apresentados pela autarca.
"Entre o final de 2013 e o final de 2021, a CMF reduziu o seu endividamento em 60 milhões de euros, deixando uma "herança" de apenas 34,6 milhões em dívidas a terceiros;
A CMF apresentou
objectivamente um resultado líquido negativo de 5,091 milhões de euros em 2023;
Prometeram baixar os
impostos sobre os funchalenses mas nunca foram pagos tantos impostos directos à
CMF como os 51 M€ cobrados no ano passado;
A alegada dívida de 27 M€ à
ARM que Pedra afirmava existir em 2021, não só não foi paga como anunciado,
como, a crer nas palavras da mesma Pedra, continua a crescer para 49 M€ sob a
responsabilidade exclusiva do actual executivo;
A promessa de resolver os
diferendos com a ARM além de não haver sido cumprida, constata-se que foram
interpostos novos processos em tribunal contra esta empresa; Prometeram não aumentar os tarifários, mas cobram aos funchalenses mais 2,7
M€ em águas e resíduos do que em 2021;
Ao contrário do que
aconteceu com a contratação de SWAP's feita pela gestão PSD lesando os cofres
da CMF em cerca de um milhão de euros e considerada ilegal pelo Tribunal de
Contas, todos os diferendos judiciais com a ARM foram públicos e noticiados na
comunicação social. Se esses diferendos foram ocultos aos olhos da actual
presidente é porque à data, tal como agora, desconhece a realidade do concelho
onde vive.
Criaram a maior estrutura
orgânica municipal de sempre, com 100 unidades, o que corresponde à maior
despesa com dirigentes de sempre;A renovação de quadros com que Pedra tenta justificar os prejuízos, não configura uma inevitabilidade de despesa acrescida, porque quem sai para a reforma está, normalmente, no topo de carreira, e os novos contratados entram para o ínicio de carreira. Depois de se libertar do resgate financeiro PAEL assinado pelo PSD quando pré-faliu o Funchal, e que obrigava a uma redução anual de 2% no quadro de pessoal, a Confiança contratou 268 funcionários mantendo a sustentabilidade das contas municipais", aponta a oposição.
Acusa ainda que "no que diz respeito a heranças, o partido que a actual edil agora representa, tem um histórico trágico que muitos madeirenses e funchalenses ainda pagam as consequências".
Convém ainda lembrar à, agora presidente, Drª Cristina Pedra, as suas próprias palavras, vertidas numa deliberação votada na reunião de câmara de Dezembro de 2021, quando afirmava que “a situação financeira do Município do Funchal é à data muito sólida, ascendendo a dívida total (…) a €28.587.427". Tomara à Confiança ter recebido ter herdado uma situação tão sólida como esta. Com as contas conhecidas de 2023, é caso para dizer que a herança financeira sólida vai-se desfazendo em prejuízos após 3 anos de gestão do PSD. Coligação Confiança
"O recurso sistemático à mentira e a necessidade de desferir ataques gratuitos a terceiros, tentando inclusive arrastá-los para problemas que recaem sobre si mesmos, evidencia uma impreparação e uma falta de equilíbrio institucional, fundamentais para o desempenho responsável das funções de presidente da autarquia. Aos políticos, particularmente aqueles com responsabilidades na gestão de recursos públicos e na representação da comunidade, exige-se seriedade, integridade e coerência. É a recomendação que deixamos para o que resta deste sofrível mandato. Que seja breve", refere a nota enviada pela Coligação Confiança,
A concluir reafirma o compromisso com "a transparência, a legalidade e o interesse público, e seguirá vigilante em defesa dos interesses dos munícipes do Funchal, não se deixando silenciar nem tampouco intimidar".