"Deixem o Governo governar, depois analisem e julguem"
O antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva pediu hoje que se deixe o atual executivo minoritário PSD/CDS governar e se analise posteriormente o que este fez em comparação com as promessas da campanha eleitoral.
O antigo chefe de Estado e ex-líder do PSD falava aos jornalistas à margem da apresentação do livro do presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, intitulado "Liderar com as pessoas", na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Interrogado sobre se o atual governo pode beneficiar da leitura do livro, Cavaco Silva respondeu: "Eu já disse noutra ocasião que não fazia comentários sobre um governo que está apenas há seis dias, desde o passado sábado, em plenitude de funções".
"Deixem-no governar. Depois analisem e julguem. Depois vejam aquilo que ele fez em comparação com as promessas feitas na campanha eleitoral e em relação ao comportamento da oposição", defendeu.
Cavaco Silva foi ainda questionado sobre como vê o recente posicionamento do anterior primeiro-ministro social-democrata Pedro Passos Coelho.
"Sobre o doutor Passos Coelho, eu escrevi em detalhe nas minhas memórias o contributo decisivo que ele deu como primeiro-ministro para retirar Portugal da bancarrota, que tinha sido colocado nessa posição por um governo socialista. Em relação a tudo o resto, eu não li livros, eu não ouvi o que foi dito, e não é o meu hábito fazer comentários apenas com base nos títulos da comunicação social", respondeu.
O antigo Presidente da República começou por dizer que já leu o livro do engenheiro Carlos Moedas, deixando-lhe elogios.
"É um livro muito interessante sobre a resolução dos problemas das pessoas, os problemas concretos e não sobre táticas políticas. E devo dizer que aprendi bastante sobre a cidade de Lisboa. Melhorei os meus conhecimentos sobre o que tem sido feito na cidade de Lisboa, é por isso que estou aqui", afirmou.
A apresentação do livro de Carlos Moedas decorreu perante uma sala cheia com várias figuras da política nacional, como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a antiga líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, o fundador social-democrata e ex-primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão, atuais ministros como António Leitão Amaro, Nuno Melo, Miguel Pinto Luz, Pedro Reis ou Margarida Balseiro Lopes e ainda figuras como o patriarca de Lisboa, Rui Valério, o músico e compositor Rui Massena (que tocou uma obra ao vivo) ou os artistas Tony Carreira e Luís Represas.