Defesa de António Costa espera "celeridade necessária" no DCIAP
A defesa de António Costa congratulou-se hoje por o inquérito ao ex-primeiro-ministro no Processo Influencer já ter sido atribuído a uma magistrada no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), esperando que avance rapidamente.
Confrontado com o facto de o processo já ter sido distribuído no DCIAP, o advogado João Lima Cluny referiu à Lusa que, "apesar de continuar a desconhecer os fundamentos que determinaram a remessa do processo [do MP junto do Supremo Tribunal de Justiça] para o DCIAP", é motivo para se congratular "que já tenha um magistrado titular atribuído".
A defesa do ex-primeiro-ministro disse ainda esperar que o inquérito "prossiga os seus termos com a celeridade necessária, nomeadamente com a já solicitada audição de António Costa".
Os esclarecimentos do advogado de António Costa surgiram após a Procuradoria-Geral da República (PGR) ter confirmado hoje que "o inquérito em referência já foi distribuído a magistrado(a) do DCIAP".
A PGR não respondeu se este inquérito continua autonomizado do processo principal na Operação Influencer nem se o DCIAP já respondeu ao pedido de António Costa para ser ouvido no âmbito desta investigação.
Segundo a CNN Portugal, o inquérito relativo ao ex-primeiro-ministro ficou atribuído no DCIAP à procuradora Rita Madeira, uma informação entretanto confirmada pela Lusa por uma fonte judicial.
A legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão de António Costa, após ter sido divulgado que era alvo de um inquérito instaurado no MP junto do Supremo Tribunal de Justiça após ter siso extraída uma certidão do processo-crime Operação Influencer.
A Operação Influencer levou na altura à detenção de Vítor Escária (chefe de gabinete de António Costa), Diogo Lacerda Machado (consultor e amigo de António Costa), dos administradores da empresa Start Campus Afonso Salema e Rui Oliveira Neves, e do presidente da Câmara de Sines, Nuno Mascarenhas, que ficaram em liberdade após interrogatório judicial.
Existem ainda outros arguidos, incluindo o agora ex-ministro das Infraestruturas João Galamba, o ex-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Nuno Lacasta, o ex-porta-voz do PS João Tiago Silveira e a Start Campus.
O caso está relacionado com o projeto de construção de um centro de dados na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus, a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, e a exploração de lítio no distrito de vila Real, em Montalegre e Boticas.