Mercado ilegal causou prejuízo de 81,2 mil milhões de euros ao Brasil em 2022
Associações industriais brasileiras disseram hoje que, em 2022, os prejuízos gerados por contrabando, pirataria, roubo, concorrência desleal por fraude fiscal, sonegação de impostos e furto de serviços públicos totalizaram 81,2 mil milhões de euros.
O número, 453,5 mil milhões de reais, consta do levantamento "Brasil Ilegal em Números" produzido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), três dos maiores sindicatos patronais do país, divulgado hoje.
Segundo o documento, os prejuízos diretos com os impostos que deixaram de ser arrecadados são os que assumem maior peso, 136 mil milhões de reais (24,4 mil milhões de euros).
"A cifra de 453,5 mil milhões de reais é um desastre nacional, que atinge todo cidadão, governos municipais, estaduais e União. São recursos que equivalem a todo o Produto Interno Bruto (PIB) do estado de Santa Catarina, por exemplo", afirmou Carlos Erane de Aguiar, diretor da Fiesp e da Firjan na área de segurança, citado num comunicado.
"A CNI, Fiesp e Firjan querem chamar a atenção para essa calamidade. Queremos contribuir para que os governos adotem medidas mais rígidas para combater essa ilegalidade, investindo ainda mais em segurança pública em todo o país", acrescentou.
Segundo o levantamento, além dos prejuízos financeiros, a ilegalidade também traz consigo impactos socioeconómicos, já que grande parte da procura acaba sendo suprida pelo mercado ilícito, o que tem impacto negativo no mercado de trabalho local.
Só em 2022, o impacto causado em 15 setores evitou a geração de cerca de 369.823 empregos formais.
O mesmo documento apontou como setores mais afetados o audiovisual, as bebidas alcoólicas, os brinquedos, os telemóveis, os cigarros, os combustíveis, os fármacos, os cosméticos e higiene pessoal, os pesticidas agrícolas, o material desportivo, a produção de óculos, os computadores, os perfumes, a TV por assinatura e o vestuário.