Albuquerque sugere que Patrícia Dantas foi desconvidada
O presidente do Governo acha “um pouco estranho [Patrícia Dantas] ter sido convidada nas circunstâncias que toda a gente já sabia e depois terem-lhe retirado essa nomeação”
Miguel Albuquerque dá a entender que Patrícia Dantas foi desconvidada em vez de ter sido a própria a abdicar do convite para adjunta no Ministério das Finanças.
Confrontado com recuo que retira a madeirense do Ministério das Finanças, fez saber que já esta manhã telefonou à antiga deputada e dirigente regional a expressar solidariedade.
Patrícia Dantas já não será nomeada adjunta do ministro das Finanças
Tal como o DIÁRIO havia avançado na sua edição impressa do passado domingo, Patrícia Dantas preparava-se para ser adjunta do Ministro das Finanças, mas Joaquim Miranda Sarmento decidiu recuar na nomeação.
O presidente do Governo acha “um pouco estranho [Patrícia Dantas] ter sido convidada nas circunstâncias que toda a gente já sabia e depois terem-lhe retirado essa nomeação”, reagiu esta tarde, à margem de visita ao Centro de Saúde de Machico.
Acusada por fraude em fundos europeus, Patrícia Dantas já não será adjunta no Ministério das Finanças. Volte-face que deixou Albuquerque “um pouco constrangido”, sobretudo pela forma como processo foi conduzido por entender que “não se pode convidar uma pessoa e depois por causa de uma notícia sobre um conjunto de circunstâncias que já eram conhecidas”.
Albuquerque lembra que Patrícia Dantas “não está condenada por nada. É uma pessoa idónea, honesta, integra”, assegurou.
O líder madeirense reclama que “as pessoas têm que ser tratadas de forma correcta e humana” por considerar “constrangedor convidar uma pessoa, depois sai uma notícia, ficam amedrontados com a notícia, e deixam de convidar. Isso não faz nenhum sentido”, considera.
Albuquerque não vê nenhum problema se Patrícia Dantas viesse a ocupar o cargo para a qual foi convidada. Aliás, recrimina que as pessoas sejam condenadas e julgadas na praça pública.
“Não podem ser vilipendiadas no decurso de um processo. Não podem estar sujeitos a uma suspeição permanente. Acho que isso é mau para a sociedade porque cria entropias e problemas no relacionamento entre as pessoas”, aponta.
Mais ainda quando vivemos num Estado de Direito onde Direitos, Liberdades e Garantias “devem ser asseguradas”. Acresce o “princípio da presunção da inocência” para concluir que “ninguém deve ser achincalhado na praça pública devido a um processo de averiguações ou processo de acusação”.