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A Guerra Mundo

Situação das tropas ucranianas degrada-se nas frentes de Donetsk

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Foto AFP

As autoridades ucranianas indicaram, ontem, que a situação das suas tropas está a degradar-se, à medida que a Rússia usa grandes quantidades de bombas aéreas guiadas e beneficia de vantagem de artilharia nas frentes da região leste de Donetsk.

"A situação na frente é sempre difícil numa guerra tão intensa. Mas hoje em dia - e especialmente na região de Donetsk - está a tornar-se mais difícil", lamentou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa mensagem à população, insistindo na necessidade de mais armas.

Chasiv Yar, uma cidade a 15 quilómetros de Bakhmut (sob controlo russo), é atualmente alvo da ofensiva as tropas de Mocovo, de acordo com o comandante das Forças de Defesa ucranianas, Oleksandr Syrsky.

"A liderança militar russa ordenou que as tropas tomem Chasiv Yar antes de 09 de maio", escreveu no canal Telegram, aludindo ao dia em que a Rússia celebra a vitória sobre as forças nazis na Segunda Guerra Mundial.

A tomada daquela cidade abriria caminho aos russos para Kramatorsk, um importante centro logístico na parte de Donetsk que se mantém sob controlo ucraniano, a cerca de 30 quilómetros de distância.

Até ao momento, a Ucrânia conseguiu repelir as tentativas russas de ganhar uma posição num distrito da cidade, segundo Syrsky.

No entanto, é possível que as forças russas consigam avançar mais rapidamente do que nas ofensivas sobre Bakhmut e Avdivka, observa o Instituto Americano para o Estudo da Guerra (ISW na sigla em inglês).

As Forças Armadas russas relataram, esta segunda-feira, a morte de cerca de 60 soldados ucranianos e "mercenários" estrangeiros num ataque aéreo à cidade de Slaviansk, localizada no norte da região de Donetsk.

De acordo com as Forças Aeroespaciais Russas em comunicado, entre os "mercenários" estrangeiros estavam cidadãos norte-americanos, franceses e georgianos, informou a agência de notícias TASS.

Por seu lado, entre as vítimas mortais ucranianas estão vários oficiais de carreira, incluindo de alta patente, embora estas informações careçam de confirmação independente.

A Rússia estima que possa haver uma centena de combatentes ucranianos nesta área.

As autoridades russas indicaram em diversas ocasiões a presença de combatentes estrangeiros do lado ucraniano.

A última destas acusações foi feita no início de janeiro, quando Moscovo alegou que havia mercenários franceses a combater na Ucrânia.

Enquanto a Ucrânia continua a apelar aos aliados mais armamento e munições para enfrentar a superioridade russa no terreno, o chefe da diplomacia do Reino Unido, David Cameron, descartou a possibilidade de as forças britânicas abaterem 'drones' do exército russo sobre o território ucraniano por receio de uma "escalada perigosa" da guerra no país.

"Devemos evitar que as tropas da NATO confrontem diretamente as tropas russas. Isso seria uma escalada perigosa", disse Cameron numa entrevista à estação de rádio LBC para justificar a disparidade de reação em relação à colaboração de Londres com Israel para neutralizar os ataques realizados no sábado pelo Irão.

O governante, no entanto, salientou que o Reino Unido fez mais do que qualquer outro país para ajudar a Ucrânia: "Treinámos mais de 60 mil soldados ucranianos, fomos os primeiros a fornecer-lhes armas antitanque, artilharia de longo alcance e tanques de batalha".

Cameron insistiu que a melhor coisa que o Reino Unido e o resto dos parceiros da Ucrânia podem fazer é continuar a atribuir somas significativas de dinheiro para comprar armas.

"Vamos dar-lhes armas para se defenderem, vamos treinar as suas tropas. Isso é, claro, a coisa certa a fazer", declarou.

Só quando pressionado sobre as razões para colocar a aviação britânica ao serviço de Israel e não da Ucrânia é que Cameron considerou que se trata de uma questão "interessante", mas que a forma mais eficaz de abater 'drones' e mísseis são os sistemas de defesa aérea que Kiev exige insistentemente.

Nas últimas horas, o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, confirmou a utilização da aviação do Reino Unido para neutralizar o ataque que o Irão lançou este fim de semana contra Israel.

A intervenção dos aliados israelitas, incluindo a França e os Estados Unidos, segundo o Exército de Telavive, permitiu neutralizar 99% dos projéteis que atingiram instalações.