Uma alternativa
Os madeirenses vão escolher os seus deputados e, consequentemente, o novo Governo da Região, a 26 de maio. Tenho receios de que a Madeira entre na instabilidade e na ingovernabilidade como aconteceu nos Açores e está a ocorrer no continente. Não vamos debater, agora, a decisão, muito discutível, do Presidente da República de convocar eleições, quando fomos votar há apenas 6 meses para o Parlamento Regional. O que importa é saber como vamos votar para dar estabilidade parlamentar ao próximo Governo da Madeira.
O PS já demonstrou que não é alternativa e que permanece entretido com as suas desuniões; o JPP anda aos papéis e permanece acantonado em Santa Cruz; os outros partidos de esquerda estão reduzidos a uma dimensão insignificante. Sendo assim, a alternativa está no centro e na direita. Só que temos que fazer as escolhas certas. O PSD está partido a meio, com um líder enfraquecido, e se ganhar as eleições vai ter que se entender com outros partidos. O PAN já se viu que não é parceiro, uma vez que a todas as horas muda de opinião. O Iniciativa Liberal não sabe se quer jogar à direita ou à esquerda. O mesmo sucede com o Chega que, pese embora falar muito contra os socialistas, entregou-lhes a Presidência da Assembleia da República durante dois anos, traindo o acordo que tinha com o PSD. Não é um partido confiável e André Ventura já demonstrou que o lhe interessa é, um dia, liderar a direita, mesmo que para isso tenha que atropelar todos os valores e princípios que vai propalando. Sendo assim, resta o CDS, partido que contribuiu, decisivamente, para a estabilidade e a governabilidade da Madeira nos últimos 5 anos. É por isso que não percebo porque é que o PSD dispensou o seu parceiro de coligação sem nenhuma “justa causa”.
Neste quadro, julgo que o CDS, com a liderança da José Manuel Rodrigues, que fez um notável trabalho à frente do Parlamento, deve assumir-se como Alternativa de Governo. Está na altura de confiarmos em quem demonstrou que é de confiança.
Maria Pereira