Irão invoca na ONU direito à autodefesa e alega que "não teve escolha"
O Irão "não teve outra escolha senão exercer o seu direito à autodefesa", declarou o embaixador iraniano nas Nações Unidas, Amir Saeid Jalil Iravani, num Conselho de Segurança convocado após o ataque de Teerão sem precedentes contra Israel.
"O Conselho de Segurança [da ONU] falhou no seu dever de manter a paz e a segurança internacionais" ao não condenar o ataque de 01 de abril contra o consulado iraniano em Damasco, na síria, declarou Iravani.
"Sob estas condições, a República Islâmica do Irão não teve outra escolha senão exercer o seu direito à legítima defesa", declarou, citado pela agência France-Presse, garantindo que Teerão não queria uma escalada, mas responderia a "qualquer ameaça ou agressão".
O diplomata, citado pela agência Efe, assegurou que o Irão "não procura escalada ou guerra na região" do Médio Oriente, mas "não hesitará em responder a qualquer ameaça ou agressão, de acordo com o direito internacional".
O embaixador deixou também muito claro que o seu país "não tem intenção de entrar em conflito com os Estados Unidos na região", e de facto -- sublinhou -- o seu país demonstrou "compromisso com a paz e a contenção" depois de demonstrar o envolvimento dos EUA na interceção de 'drones' (aeronaves não tripuladas) e mísseis iranianos.
Agora, se os Estados Unidos iniciarem uma operação contra cidadãos ou interesses iranianos, o Irão usará o seu "direito inerente de responder proporcionalmente", alertou Amir Saeid Jalil Iravani.
O Irão lançou na noite de sábado e madrugada de hoje um ataque contra Israel, com recurso a mais de 200 'drones', mísseis de cruzeiro e balísticos, a grande maioria intercetados, segundo o Exército israelita.
O ataque surgiu depois de um bombardeamento ao consulado iraniano em Damasco, em 01 de abril, que matou sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios, aumentando as tensões entre Teerão e Telavive, já marcadas nos últimos tempos pela ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.