Comunidade Israelita diz que Portugal deve manter e até reforçar o apoio a Israel
A Comunidade Israelita de Lisboa saudou hoje a condenação pelo Governo do ataque do Irão a Israel e apelou ao Parlamento para a acompanhar, considerando que Portugal deve manter e até reforçar o apoio a Israel.
"A direção da Comunidade Israelita de Lisboa saúda a posição ontem expressamente assumida pelo primeiro-ministro de Portugal de condenar veementemente o ataque do Irão a Israel e de apelar à contenção, em ordem a evitar uma escalada da violência", lê-se no comunicado hoje divulgado, que "exorta o Parlamento português a adotar a mesma posição".
Para a Comunidade Israelita de Lisboa (CIL) "estar ao lado de Israel num momento como este é um imperativo das nações democráticas".
Para a CIL, "Portugal -- qualquer que se seja o prisma pelo qual se olhe -- está hoje diretamente envolvido num conflito regional e é uma vítima inquestionável de guerra por procuração", numa referência ao arresto pelo Irão de um navio de pavilhão português no Estreito de Ormuz.
E acrescenta que, perante estes atos de agressão, "Portugal saberá estar à altura das circunstâncias, mantendo e até reforçando o seu apoio a Israel".
A CIL considerou ainda que a captura do navio é um "grave ato de ataque", considerando que essa "flagrante violação do Direito Internacional deve merecer cuidada atenção do Estado e do Governo português" e que foram "as mesmas forças militares que atacaram e capturaram um navio de bandeira portuguesa", que atacaram Israel no sábado.
"Além de ostentar pavilhão nacional, este é um navio cuja propriedade é pertença de um cidadão israelita. Ou seja, para terroristas extremistas, sejam organizações (como o Hamas), sejam Estados (como o iraniano), os meios justificam plenamente os fins e os fins, como é sabido, contemplam a destruição de Israel e do seu povo. O que é, obviamente, inaceitável e inadmissível", refere a CIL.
O comunicado termina a afirmar que "a democracia e a paz devem prevalecer" e que as orações da comunidade israelita estão com Israel e o seu povo e com a tripulação do navio com pavilhão português.
O primeiro-ministro português, Luís Montenegro, condenou hoje o ataque em curso do Irão a Israel, apelando à contenção nas hostilidades para "evitar uma escalada de violência".
O Irão lançou sábado à noite um ataque com drones contra Israel "a partir do seu território", confirmou o porta-voz do exército israelita num discurso transmitido pela televisão.
As tensões entre Israel e Irão subiram nas últimas semanas, depois do bombardeamento do consulado iraniano em Damasco, a 01 de abril, no qual morreram sete membros da Guarda Revolucionária e seis cidadãos sírios.