Ministro das Finanças promete negociar valorização de carreiras após cumprir promessas eleitorais
O ministro do Estado e das Finanças comprometeu-se hoje a negociar uma valorização das carreiras na função pública depois de o Governo ter cumprido as suas promessas eleitorais e "dentro da margem orçamental que restar".
"Depois de executarmos o que foram as nossas prioridades durante a campanha eleitoral, e que estão todas vertidas no programa de Governo, ainda assim temos a vontade, a disponibilidade e o empenho de negociar com as carreias da administração pública e de procurar melhorar a valorização dessas carreiras, coisa que o Governo anterior, em oito anos, não foi capaz", afirmou Joaquim Miranda Sarmento.
O ministro do Estado e das Finanças respondia à deputada do BE Isabel Pires, que lhe perguntou qual é o compromisso do atual Governo com os salários e as carreiras dos enfermeiros, técnicos superiores, médicos, farmacêuticos ou assistentes operacionais.
"Não vemos, no programa de Governo, nenhum compromisso. Prometem planos de motivação, mas não se vê uma linha sobre carreiras e salários", afirmou.
Esta ideia também já tinha sido veiculada pelo deputado do PCP António Filipe, que considerou que a AD "prometeu tudo a todos" durante a campanha eleitoral e agora iniciou o discurso de que "não se pode ter falsas ilusões acerca do excedente orçamental" para não cumprir promessas eleitorais.
"Para aumentar salários e valorizar carreiras, o Governo diz que é preciso criar condições, que aumente a produtividade. Agora, para dar benefícios fiscais às grandes empresas, designadamente em sede de IRC, aí já não é preciso reunião nenhuma, isso pode ser já. Há uma dualidade de critérios", afirmou.
Miranda Sarmento considerou que houve "um lapso" na intervenção de António Filipe, salientando que as promessas feitas durante a campanha eleitoral estão no programa de Governo, dando o exemplo das reduções de IRS, IRC e da tributação da habitação, da recuperação integral do tempo de serviço dos professores em cinco anos ou do aumento do Complemento Solidário para Idosos para os 820 euros.
"Nós também dissemos na campanha eleitoral que, depois disto tudo, dentro da margem orçamental que restar, haverá vontade e empenho em negociar condições de carreiras para as administrações públicas, em particular para algumas das classes profissionais", afirmou.