Pais de estudante responsável por homicídio em massa condenados a 10 anos de prisão
Os pais de um adolescente norte-americano condenado a prisão perpétua por matar em 2021 quatro estudantes, com uma arma que lhe deram, foram hoje condenados a uma pena entre 10 a 15 anos de prisão.
A mãe, Jennifer Crumbley, e o pai, James Crumbley, foram condenados em dois julgamentos separados, em fevereiro e março, por homicídio involuntário, num caso que ocorreu numa escola secundária em 2021.
"Não se espera que os pais sejam adivinhos, mas estas sentenças não punem a má educação. Estas sentenças confirmam ações repetidas, ou falta de ações, que poderiam ter impedido uma catástrofe iminente", salientou a juíza do tribunal de Pontiac, Michigan (norte), Cheryl Matthews.
A magistrada condenou estes pais à mesma pena de "dez a 15 anos de prisão", menos os dois anos e meio de prisão preventiva já cumpridos. Enfrentavam uma pena máxima de 15 anos de prisão.
O procurador pediu que fosse pronunciada a sentença mais duras possíveis contra os acusados, "tendo em conta o impacto da sua flagrante negligência".
Antes da sentença, quer Jennifer Crumbley, quer James Crumbley deixaram claro, ao contrário da impressão que deram durante os respetivos julgamentos, que teriam agido de forma diferente se estivessem cientes dos sinais da tragédia.
O filho deles, Ethan Crumbley, de 15 anos na época dos acontecimentos, matou duas jovens e dois jovens, de 14 a 17 anos, e feriu outros seis alunos e um professor em 30 de novembro de 2021.
Durante o julgamento, Jennifer Crumbley testemunhou que o seu marido tinha comprado uma pistola Sig Sauer 9mm como prenda de Natal antecipada alguns dias antes. E contou que levou o filho para um campo de tiro no dia seguinte.
Apesar de terem sido chamados à escola no dia da tragédia, pelos professores que aconselharam acompanhamento psicológico do filho após descobrirem um desenho alarmante feito pelo adolescente, os pais não o trouxeram para casa.
Ethan Crumbley foi julgado como adulto e condenado em dezembro a prisão perpétua sem liberdade condicional num tribunal do condado de Oakland.
O adolescente confessou-se culpado em outubro de 2022 por trazer a arma com 50 balas na mochila para a escola e disparar contra alunos do secundário.
Em dezembro, a mãe de um estudante de seis anos que disparou contra o seu professor, deixando-o ferido com gravidade, foi condenada a dois anos de prisão por negligência parental pelos tribunais do Estado da Virgínia (leste).
No mês anterior, o pai de um homem acusado de disparar em 2022 durante as celebrações do Dia Nacional dos EUA perto de Chicago, matando sete pessoas, confessou-se culpado de comportamento imprudente por ajudá-lo a comprar a arma usada no tiroteio.