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Milhares de georgianos protestam contra regresso da lei dos "agentes estrangeiros"

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Cerca de 8.000 pessoas manifestaram-se hoje na capital da Geórgia, Tbilisi, contra o plano de governo de reintroduzir uma lei sobre os "agentes estrangeiros", que esteve na origem de fortes protestos em 2023.

A lei, inspirada na legislação russa usada pelo Kremlin para reprimir vozes dissidentes, é vista pelos críticos do governo georgiano como um instrumento de intimidação.

Milhares de pessoas saíram à rua para protestar contra a medida, em março de 2023, obrigando as autoridades a abandoná-la.

Na semana passada, o partido no poder, Sonho Georgiano, anunciou sem ninguém o esperar que iria reenviar para o parlamento o diploma, para que fosse votado em breve.

Durante o protesto de hoje, no centro de Tbilisi, manifestantes denunciaram à AFP o reenvio do projeto de lei, referindo que pode ser usado para limitar a atividade de organizações independentes e dos meios de comunicação social.

"Trata-se da mesma coisa que foi adotada na Rússia há dez anos e que fortaleceu a ditadura de Putin", disse à AFP Gogui Zoïdzé, um dos manifestantes, sublinhando que "não se pode permitir que isto seja adotado na Geórgia".

Elene Edilachvili, uma estudante de 17 anos, acredita que o diploma marcará o fim dos "canais de televisão da oposição" e a perda, da Geórgia, do estatuto de candidato à adesão à União Europeia.

"Temos de fazer o fizemos no ano passado. Penso que as pessoas percebem o grande problema que esta lei representa para a Geórgia no caminho para a integração europeia" acrescentou, por seu lado, Zourab Japaridzé, do partido da oposição Girchi-More.

O texto que o governo pretende remeter para o parlamento foi alterado face à versão do ano passado, mas continua a exigir que as organizações que recebem mais de 20% dos seu financiamento do exterior se registem como "agentes estrangeiros", sendo multadas se não o fizerem.