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ONG denunciam deportações ilegais em massa na Rússia após atentado

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Foto EPA

Organizações de defesa dos direitos humanos denunciaram deportações "ilegais" na Rússia de cidadãos estrangeiros, principalmente das repúblicas da Ásia Central, alegadamente ligados ao atentado de 22 de março que matou 144 pessoas.

Mais de 1100 estrangeiros foram deportados da região de Moscovo na última semana, segundo o serviço em russo do canal britânico BBC.

Em Moscovo, na sexta-feira, a polícia fez várias operações no centro da cidade e nos arredores à procura de imigrantes em alojamentos que albergam ilegalmente estrangeiros e em busca de certificados falsos de proficiência na língua russa, necessários para obter autorizações de trabalho.

Só no sábado, os tribunais da cidade de São Petersburgo autorizaram pelo menos 466 expulsões de cidadãos de países da Ásia Central, na sequência de uma série de rusgas policiais no âmbito da chamada "Operação anti-imigração", segundo a organização não-governamental (ONG) Department One, citada pelo portal de notícias da oposição Meduza.

Em Belgorod, perto da fronteira ucraniana, também se registaram operações como a de sexta-feira, quando a polícia invadiu a mesquita da Rua Michurina imediatamente após as orações da manhã.

Em Samara, no sul do país, foram feitas 2080 buscas em outras tantas propriedades, onde 105 estrangeiros foram detidos e deportados.

"Não é possível a aproximação aos centros de detenção de estrangeiros. Há muitos veículos especiais e autocarros que levam as pessoas para o aeroporto. Também estão a entrar em casas de hóspedes e apartamentos. Todos os centros de detenção estão sobrelotados", disse um advogado citado pela ONG.

Outras organizações também relatam detenções indiscriminadas e espancamentos de migrantes, naquela que é atualmente a maior repressão anti-imigração na Rússia desde 2013.

"Tenho estado a trabalhar arduamente. Milhares de pessoas foram detidas ilegalmente, centenas foram expulsas ilegalmente, centenas foram espancadas pela polícia", denunciou a mesma fonte ao Proekt, portal da oposição.

Há também denúncias de que, com o argumento de estarem a combater crime étnicos e a prevenir ataques terroristas, a polícia está a roubar os imigrantes.

As autoridades do Tajiquistão, de onde são naturais quatro suspeitos do atentado em Moscovo, confirmaram o regresso ao país de muitos migrantes.