Milhares de manifestantes pedem eleições antecipadas pelo 2.º dia consecutivo
Milhares de manifestantes saíram hoje à rua em Jerusalém pelo segundo dia consecutivo para exigir eleições antecipadas em Israel no âmbito da "semana nacional de protesto" convocada pela oposição contra o Governo de coligação liderado por Benjamin Netanyahu.
Os manifestantes montaram tendas de campanha e exibiram cartazes -- muitos com referência aos reféns do movimento islamita Hamas que permanecem na Faixa de Gaza --, numa zona da cidade perto do Knesset, o parlamento, indicou o diário The Times of Israel.
Yair Golan, antigo "número dois" do estado-maior do Exército de Israel, assegurou que os reféns retidos no enclave palestiniano já estariam em casa se existisse outro Governo.
"Mas estamos atascados com o Governo de Netanyahu-Gantz", sentenciou.
Os manifestantes pretendem manter o acampamento improvisado pelo menos durante quatro dias e convocaram uma grande manifestação diária, pelas 19:00, durante toda a semana. Estão ainda previstas concentrações frente às residências de deputados da coligação de direita e extrema-direita que apoia Netanyahu.
A semana de protestos culminará no sábado, 06 de abril, com uma grande manifestação na rua Kaplan em Jerusalém e na Praça dos Sequestrados de Telavive para recordar os seis meses dos ataques das milícias palestinianas de Gaza -- com um balanço de cerca de 800 mortos civis e 400 militares e polícias israelitas -- e o sequestro de cerca de 200 reféns, com perto de 100 ainda detidos no enclave.
O Exército de Israel iniciou uma ofensiva generalizada sobre a Faixa de Gaza na sequência dos ataques do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) em 07 de outubro de 2023 contra alvos militares, policiais e civis israelitas perto do enclave palestiniano.
Desde então, Israel desencadeou uma ofensiva na Faixa de Gaza que até ao momento já provocou perto de 33.000 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde controlado pelo Hamas.
A ofensiva israelita também tem destruído a maioria das infraestruturas de Gaza e perto de dois milhões de pessoas foram forçadas a abandonar as suas casas, a quase totalidade dos 2,3 milhões de habitantes do enclave.
A população da Faixa de Gaza também se confronta com uma crise humanitária sem precedentes devido ao colapso dos hospitais, ao surto de epidemias e escassez de água potável, alimentos, medicamentos e eletricidade.
Desde 07 de outubro de 2023, mais de 420 palestinianos também já foram mortos pelo Exército israelita e por ataques de colonos na Cisjordânia e Jerusalém Leste, territórios ocupados pelo Estado judaico, para além de se terem registado perto de 7.000 detenções e mais de 3.000 feridos.
Segundo as autoridades israelitas, a ofensiva sobre Gaza já provocou desde 07 de outubro cerca de 600 mortos entre as suas forças militares.