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Cinco mortos em lançamento de ajuda humanitária sobre Gaza

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Foto EPA/arquivo

Cinco pessoas morreram e dez ficaram feridas hoje, quando atingidas por caixotes de ajuda humanitária lançados de aviões sobre a cidade de Gaza, indicou uma fonte hospitalar.

O acidente ocorreu no campo de refugiados de al-Chati, a oeste da cidade de Gaza, durante uma operação de lançamento aéreo de ajuda humanitária, indicou Mohammed al-Chiekh, enfermeiro-chefe do serviço de urgências do hospital al-Chifa, para onde as vítimas foram transportadas.

"Quando os aviões começaram a largar a carga, eu e o meu irmão fomos até ao local, na esperança de apanhar um saco de farinha", relatou, por sua vez, Mohammed al-Ghul, um homem de 50 anos que vive naquele campo de refugiados situado junto ao mar.

"Mas o paraquedas não abriu e a carga caiu como um 'rocket' sobre o telhado de uma das casas", explicou, indicando ter depois visto pessoas a transportar três cadáveres e feridos entre as pessoas que se tinham juntado em cima do telhado da casa para tentar apanhar a ajuda humanitária.

Há vários dias que os Estados Unidos e outros países, como a Jordânia e França, efetuam lançamentos por via aérea de ajuda alimentar à Faixa de Gaza, sitiada por Israel, a braços com uma grave crise humanitária e ameaçada pela fome, segundo a ONU.

O exíguo, sobrepovoado e pobre enclave palestiniano onde vivem 2,4 milhões de pessoas, quase dois milhões das quais deslocadas, é há cinco meses palco de uma grande ofensiva israelita, desde que o movimento islamita palestiniano Hamas lançou um ataque sem precedentes a Israel, a 07 de outubro de 2023.

Nesse dia, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque que fez 1.163 mortos, na maioria civis, e cerca de 250 reféns, 130 dos quais permanecem em cativeiro, segundo o mais recente balanço das autoridades israelitas.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que depois se estendeu ao sul.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 154.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 30.878 mortos, pelo menos 72.298 feridos e cerca de 7.000 desaparecidos presumivelmente soterrados nos escombros, na maioria civis, de acordo com o último balanço das autoridades locais.