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CDU "não pode compactuar com qualquer subtração de direitos das mulheres"

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A CDU afirmou, hoje, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, que "não pode compactuar com qualquer subtração de direitos das mulheres", sendo seu propósito "travar qualquer investida aos direitos conquistados por forças como a AD ou Chega". Sílvia Vasconcelos, numa longa mensagem a celebrar esta data, recorda a importância da mesma, lembrando que o CH "afirmou publicamente que pretende acabar com o apoio às instituições que lutam e defendem a igualdade de género e que têm feito um trabalho notável na luta contra a violência doméstica e a violência no namoro".

A cabeça-de-lista à Assembleia da República afirma que este é um dia em que importa sinalizar as conquistas de direitos que se conseguiram ao longo de séculos, e as que ainda faltam percorrer para que se efective a igualdade de género na vida. "Na verdade, enquanto houver uma só mulher que seja maltratada ou desconsiderada pelo seu género, este dia será sempre justificado", refere.

Quando se fala de direitos das mulheres é de direitos humanos que se trata: o direito à autodeterminação para poder escolher e ter iguais oportunidades, em pé de igualdade, sem qualquer tipo de discriminação, incluindo a de género.  Sílvia Vasconcelos

A candidata lembra algumas das conquistas alcançadas: hoje "todas as mulheres votam no nosso país, e autodeterminadas depende só delas as suas escolhas e opções de vida. Hoje, não dependem de um elemento masculino para sair do país e já podem divorciar-se; não estão confinadas ao lar e à família; são mais protegidas na saúde ( o direito ao parto medicamente assistido; a vacinação contra o HPV; o rastreio do cancro da mama e do cancro cervical; o acesso à pílula e outros dispositivos anticoncepcionais e o direito à IVG- direito este que em França, recentemente, foi declarado pela 1ª vez um direito constitucional, etc.), e são livres e autodeterminadas; têm direito à educação e ao livre acesso ao trabalho e também à vida política".

No entanto, lamenta que muitos destes direitos, inscritos em convenções, continuem por cumprir. "E são ainda mais ameaçados por forças políticas, umas emergentes, outras não, que têm nas suas listas pessoas que querem referendar o aborto em Portugal; que são acusados de violência doméstica contra a mulher; que querem empurrar a mulher para o "lar" ao invés de as incentivarem a trabalhar, até porque o trabalho é o que lhes assegura uma independência concreta, diminuindo a distância que as separa dos homens, como afirmou Simone de Beauvoir", replica.

Por outro lado, lembra um estudo recentemente publicado que dá conta de que as mulheres continuam a ser as mais mal pagas, as primeiras a ser despedidas e as últimas a aceder a um posto de trabalho, para mais se for de chefia. 

Tudo isto, num tempo em que as mulheres têm maiores níveis de educação, incluindo formação superior, comparativamente aos homens. São as mulheres que trabalham mais horas e recebem menos, e nesta percentagem inclui-se o trabalho de afazeres domésticos, e esta tem sido, e deve continuar a ser uma batalha cultural para que se assimile que o trabalho doméstico é uma obrigação que tem de ser partilhada entre todos, companheiros e filhos.  Sílvia Vasconcelos