Hezbollah reivindica ataques em cidades do norte de Israel
O partido da milícia xiita Hezbollah assumiu hoje a responsabilidade por um ataque no norte de Israel, na sequência da morte de um civil no bombardeamento de quarta-feira do exército israelita no sul do Líbano.
"A Resistência Islâmica ataca Avdon [em Israel] com foguetes Katyusha em resposta aos ataques inimigos, especialmente em Al Dhahira [no sudeste do Líbano], e ao martírio de um cidadão", afirmou o grupo, segundo noticiou o canal de televisão libanês al-Manar, ligado ao Hezbollah.
A declaração foi publicada logo após os alertas aéreos dispararem em Avdon e na cidade vizinha de Yaara, embora não haja, por enquanto, informações sobre vítimas ou danos.
Horas antes, também tinham soado alertas noutras zonas do norte de Israel, mas o exército israelita não fez comentários sobre os incidentes.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, afirmou na terça-feira que "a agressão" do Hezbollah "aproxima-se de um ponto crítico".
Segundo adiantou, a situação levará as autoridades a considerar a possibilidade de lançar uma ofensiva militar contra o Líbano, no âmbito dos confrontos com o grupo -- apoiado pelo Irão e que tem um peso político significativo no Líbano -- desde 08 de outubro, um dia depois dos ataques perpetrados pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) contra o território israelita.
Já na terça-feira, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, tinha avisado o mediador norte-americano, Amos Hochstein, que os ataques diários do movimento xiita libanês Hezbollah atingiram um ponto que obriga Israel a uma resposta militar.
"Estamos empenhados no processo diplomático, mas a agressão do Hezbollah está a levar-nos a um ponto crítico na tomada das nossas decisões militares", disse Gallant a Hochstein, durante uma reunião em Telavive.
Durante o encontro, os dois dirigentes abordaram também a importância de gerir a segurança na zona norte do território israelita para que as dezenas de milhares de pessoas deslocadas pelos frequentes bombardeamentos possam regressar às suas casas.
Em quase cinco meses de ataques cruzados entre o Hezbollah e Israel, pelo menos 317 pessoas foram mortas, a maioria do lado libanês e nas fileiras do Hezbollah, grupo que confirmou 228 vítimas, algumas delas na Síria.
Em Israel, 17 pessoas morreram na fronteira norte (10 soldados e sete civis).