JPP quer ser "voz puro-sangue madeirense" na República
O cabeça de lista do JPP às eleições de domingo pelo círculo da Madeira, Filipe Sousa, apelou hoje ao voto dos indecisos, vincando que o seu partido pretende ser uma "voz puro-sangue madeirense" na Assembleia da República.
"O que está em causa é a eleição de seis representantes da Madeira na República e essa representação sempre oscilou entre dois partidos [PSD e PS] e, desta vez, eu acho que é possível ter esta voz genuína, esta voz livre, esta voz de causas, esta voz puro-sangue madeirense na República, se a população madeirense no próximo dia 10 depositar a confiança em nós", afirmou.
Filipe Sousa falava no âmbito de uma ação de campanha do Juntos Pelo Povo (JPP) no centro do Funchal, na qual alertou também para o perigo que representa a abstenção.
"A pessoa, ficando em casa, favorece acima de tudo aqueles que até à presente data não corresponderam aos anseios da população", avisou.
O candidato do JPP, partido criado na Região Autónoma da Madeira e legalizado pelo Tribunal Constitucional em 2015, disse que os madeirenses "anseiam por uma voz diferente da República" e garantiu que as causas e atuação do seu partido correspondem a esse desejo.
Filipe Sousa evocou diversas propostas do partido, como a descida de impostos, o ferry de ligação entre as ilhas e o continente, a revisão da Lei das Finanças Regionais, a valorização do Centro Internacional de Negócios da Madeira (Zona Franca) e a extinção do cargo de representante da República para a região, sublinhando que os problemas persistem devido à "guerrilha político-partidária" entre os partidos tradicionais, sobretudo PS e PSD, que lidera o Governo Regional em coligação com o CDS-PP.
"A mensagem que quero deixar à população madeirense é que o Juntos Pelo Povo é um partido puro-sangue madeirense e o madeirense anseia essa representação na República", afirmou, para logo reforçar: "Faço aqui um apelo, nesta reta final da campanha, que olhem para o trabalho feito por este jovem partido."
Para além da Região Autónoma da Madeira, o JPP concorre também pelos círculos eleitorais de Braga, Coimbra, Faro, Lisboa, Porto, Setúbal, Açores, Europa e Fora da Europa.
O partido está representado na Assembleia Legislativa da Madeira desde 2015, e elegeu cinco deputados nas últimas regionais, em 24 de setembro de 2023.
Antes de ser legalizado como partido, o JPP atuava como movimento de cidadãos em Santa Cruz, na zona leste da Madeira, tendo vencido com maioria absoluta as eleições autárquicas naquele concelho em 2013, situação que se repetiu em 2017 e 2021.
Filipe Sousa liderou os três executivos municipais e suspendeu agora o mandato para encabeçar a lista do partido às eleições legislativas nacionais antecipadas de domingo.