Pelo menos cinco mortos em ataque russo a Odessa
Pelo menos cinco pessoas morreram hoje em resultado de novos bombardeamentos russos à cidade portuária de Odessa, segundo as autoridades ucranianas, enquanto Moscovo alega ter destruído uma unidade de produção de 'drones'.
Os ataques ocorreram durante uma visita à cidade no sul da Ucrânia do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, juntamente com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.
"O inimigo atacou a infraestrutura portuária da cidade. Há cinco mortos", indicou o porta-voz da Força Naval Ucraniana, Dmytro Pletenchuk, à agência RBC.
Por sua vez, as Forças Armadas Russas reivindicaram o sucesso da operação, cujo objetivo apontado era um hangar com 'drones' (aparelhos não tripulados) navais que seriam utilizados pelo Exército ucraniano.
"O objetivo foi alcançado", afirmaram as autoridades russas, que assinalaram que vários mísseis de alta precisão caíram por volta das 11:40 de Moscovo (08:40 em Lisboa) sobre instalações portuárias de Odessa onde estava a ser preparado um ataque com embarcações não tripuladas.
Segundo o comando russo, "o alvo do ataque foi atingido e destruído".
A estação televisiva grega Skai informou que, durante o ataque a Odessa, Zelensky e Mitsotakis saíram ilesos das explosões registadas a cerca de 150 metros das caravanas em que seguiam.
Imediatamente após a ocorrência das explosões, a caravana grega desviou-se da sua rota predeterminada, seguindo as instruções das autoridades ucranianas, disse a Skai.
Volodymyr Zelensky referiu-se aos ataques para criticar "a verdadeira essência das ações da Rússia, o terror constante", acrescentando que cada míssil e avião da Rússia abatido "é uma vida humana salva".
"Praticamente a maioria dos alvos da Rússia são civis. Casas e igrejas, infraestruturas e escolas, universidades. Tudo isto precisa de ser restaurado", afirmou o Presidente ucraniano, que agradeceu à Grécia a disponibilidade demonstrada para apoiar a reconstrução do país.
Zelensky anunciou também que a Ucrânia e a Grécia estão a preparar um acordo bilateral de segurança.
Por sua vez, Mitsotakis descreveu o ataque que presenciou: "No final da visita, ouvimos uma sirene de ataque aéreo e fortes explosões perto de nós".
"Este nível de brutalidade, de que são vítimas cidadãos pacíficos, causa grande tristeza e indignação. Quando viajei por Odessa, fiquei espantado porque, por um lado, está a terrível imagem da destruição causada pela Rússia e, por outro, há a indomabilidade e a coragem do povo ucraniano", destacou.
O primeiro-ministro grego participou hoje com Zelensky numa homenagem a 12 vítimas mortais, incluindo cinco menores, do recente ataque russo a uma zona residencial de Odessa.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reagiram ao ataque russo a Odessa durante a visita dos dois líderes.
Este ataque é um ato "repreensível" e "está abaixo mesmo dos padrões do Kremlin (presidência russa)", disse o presidente do Conselho Europeu, que reiterou que a União Europeia (UE) não hesitará em apoiar a Ucrânia.
Por seu lado, a líder do executivo europeu expressou a sua condenação do "vil ataque russo" contra Odessa.
"Ninguém se deixa intimidar por esta nova tentativa de terror, certamente nem os dois líderes no terreno nem o corajoso povo da Ucrânia", disse Von der Leyen.
"Mais do que nunca, estamos ao lado da Ucrânia", sublinhou.