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O que devia interessar Vs. o que interessa

No último artigo de opinião dedicámo-nos a escrever sobre a forma hábil como muitos responsáveis políticos apenas falam do que lhes interessa. De como, perante a mesma situação, se posicionam de forma diferente, quer se trate de adversários políticos ou camaradas de partido. Em virtude disso - e para não incorrermos no pecado apontado a outrem - abordaremos algumas circunstâncias da situação política atual.

Num momento em que os líderes partidários “varrem o país” na busca de apoios, e as sondagens diárias começam a demonstrar uma tendência de mudança ao final de 8 anos socialistas, o tempo deveria ser discutir as propostas para o país. E, inevitavelmente, debater os projetos que dão mais garantias para o aprofundamento da Autonomia política da Madeira e do posicionamento dos diferentes partidos perante com a República.

Porém, não é essa a realidade que em particular se vive na Madeira. Talvez pela proximidade ou dimensão da instituição, na última semana, a situação interna do maior partido da Autonomia tem assumido preponderância nos órgãos de informação.

Como recordava Alberto João Jardim importa “não confundir duas questões diferentes e dois momentos eleitorais diferentes”. Num segundo momento, cumpre assinalar que os nossos companheiros - independentemente da sua preferência interna - estão a dar a cara pelo Partido e merecem de todos a maior consideração e estima. Resumindo, e como diz o ditado, “não faças aos outros aquilo que não gostavas que te fizessem a ti”. Para terminar o assunto apenas pedir aos dois lados da barricada democraticidade interna, urbanidade e elevação porque os eleitores estão sempre atentos ao que se passa dentro de nossa casa. Há coisas que “o direito a ser esquecido” ainda não apaga e, normalmente, são ótimas armas para a oposição usar. Contra uns ou outros.

Apesar de tudo isto, no que concerne à presente campanha eleitoral, mostra-se notório o total alheamento do Partido Socialista sobre a realidade do país, da Região e das relações entre esta e a República. “O Homem que vai a tudo” promete o ferry para o Porto Santo em janeiro, reafirma apoios para a Universidade da Madeira que nunca vieram - nem vêm - para os estudantes. Estudantes Madeirenses, deslocados ou não, que viram os deputados do PS chumbarem, durante a última legislatura, medidas que melhorariam a sua circunstância. E ainda dizem que a Madeira é a sua causa? De facto isso só é próprio de quem vive noutra realidade.