“O esforço que colectivamente vos pedimos – militares - deve ser retribuído pelo Estado”
Representante da República nas comemorações do aniversário do Comando Operacional da Madeira
O Representante da República para a Região Autónoma da Madeira aproveitou a cerimónia de comemoração do 31º aniversário do Comando Operacional da Madeira (COM) para voltar a destacar “o tão relevante papel que as Forças Armadas desempenham” na Região.
“Desde logo em missões de afirmação da soberania portuguesa sobre as suas águas territoriais, assegurando o seu patrulhamento e a vigilância de embarcações em trânsito”, começou por apontar Ireneu Cabral Barreto, antes de referir o “cumprimento de outras tarefas, que reflectem uma visão moderna e integrada da missão militar” através do “inexcedível apoio às autoridades civis e aos madeirenses e porto-santenses”.
Num misto de tristeza e de orgulho, enalteceu “o papel das Forças Armadas na aluvião de 2010, nos incêndios de 2016 e na crise sanitária imposta pela Covid-19”, acontecimentos onde “nunca os militares falharam”. O mesmo em relação às inúmeras missões em que as Forças Armadas “foram em socorro de embarcações em apuros ou asseguraram o transporte urgente de doentes”, exemplos concretos em que os militares “sem pegar em armas, protegem vidas e bens”.
Outro exemplo do relevante papel dos militares são as missões internacionais, ao lembrar que “ainda há poucas semanas voltámos a ter no nosso convívio os 40 militares nascidos nesta Região que integraram a força deslocada para a Roménia, no âmbito da estratégia da NATO em reacção à agressão da Federação Russa à Ucrânia”.
Para o juiz-conselheiro manifestou também admiração pelas Forças Armadas na “resposta ao desafio determinante na defesa da paz e dos valores inerentes a um Estado de direito democrático, num Mundo que devia ser norteado pela liberdade e respeito mútuo”, disse.
Na presença do responsável máximo das Forças Armadas, o Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General José Nunes da Fonseca, e das mais altas entidades na Região, nomeadamente o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, José Manuel Rodrigues, e do presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, O Representante da República na Madeira aproveitou a ocasião para também registar que a menos de dois meses de se assinalar os 50 anos do 25 de Abril, “acto fundador da nossa democracia – da qual derivou a nossa estimada autonomia regional –, torna-se mais urgente assinalar tal data. Não só para trazer um cravo na lapela, mas para estimar a liberdade que se alcançou após a longuíssima sombra da ditadura”, lembrou.
Mais ainda por reconhecer que “a liberdade e a paz são bens frágeis”, Ireneu Barreto não esqueceu que os militares, além de deveres, também gozam de direitos.
“O reconhecimento de tais direitos vai mais longe do que palavras de agradecimento em cerimónias como esta”, apontou, para concluir que “o esforço que colectivamente vos pedimos deve ser retribuído pelo Estado. Tal passará, necessariamente, por valorizar as vossas vidas e carreiras, sem esquecer a necessidade de dotação adequada de meios e equipamento”, concretizou.