A madeirense que fazia “negócio de noivas” em Torres Vedras
Recorde a edição de 5 de Março de 1990
A história da Dona Rosa era insólita. A madeirense ficou conhecida em Torres Vedras, onde residia em 1990, por levar raparigas da Madeira para casar com homens do continente. O DIÁRIO reproduzia a reportagem do jornal ‘Tal & Qual’ na sua edição de 5 de Março de 1990.
O ‘negócio’ de Dona Rosa era simples. Era contactada por homens solteiros, mas que queriam arranjar uma noiva, vinha à Madeira, falava com uma rapariga e levava-a para casar com esse seu ‘cliente’. Ao jornal ‘Tal & Qual’, Dona Rosa afirmava que só cobrava o preço das passagens para vir à Região buscar as noivas, mas os clientes diziam que ela pedia ainda 20 contos.
A verdade é que o negócio ‘florescia’ há cerca de 10 anos e havia relatos de casamentos bem felizes. A ‘empresária’ assumia que tinha arranjado 9 ou 10 casamentos, mas os populares de Torres Vedras afiançavam que tinham sido bem mais do que isso.
Rosa contava que as raparigas faziam poucas perguntas: “Querem saber se o homem não dá maus-tratos, se ganha para o sustento da casa e se se mete ou não no vinho! Mais nada!”. Um sapateiro contou que foi D. Rosa que lhe arranjou o casamento com a madeirense Filomena e que os dois eram muito felizes. Assumiu que, no início, a coisa não corria muito bem dada a timidez de ambos e o facto de mal se conhecerem, mas que depois afeiçoaram-se um ao outro.