Foram divulgados os números do sector dos transportes na Região Autónoma da Madeira para 2023, ano que fechou com crescimentos, nalguns casos, extraordinários nos indicadores face a 2022. Tanto os transportes terrestres, com "subidas em todos os indicadores face a 2022", como os transportes aéreos, onde se destaca o "movimento de passageiros nos aeroportos da RAM" que "cresceu 18,1% face a 2022", ou ainda os transportes marítimos, com o "movimento de mercadorias nos portos em alta", foram divulgados hoje pela Direção Regional de Estatística da Madeira.

"De acordo com os dados apurados pela Direção Regional de Estatística da Madeira (DREM), os transportes coletivos por meio de autocarro registaram, no 4.º trimestre de 2023, um total de 6,8 milhões de passageiros, significando um incremento de 4,9% em termos homólogos", refere. "As carreiras urbanas transportaram 4,4 milhões de passageiros (+7,9% em comparação com o mesmo período em 2022) e nos interurbanos contabilizaram-se 2,4 milhões de passageiros transportados (-0,3% comparativamente ao mesmo período do ano anterior)", sendo esta das poucas quebras, mas num trimestre. "No ano de 2023, os autocarros transportaram 26,8 milhões de passageiros (+9,0% face 2022; +6,5% que em 2019), com 17,2 milhões de passageiros nas carreiras urbanas (+11,3% que em 2022) e 9,6 milhões de passageiros nas carreiras interurbanas (+5,2% face a 2022)".

"Em 2023, venderam-se mais de 1.353,1 mil (1,35 milhões) bilhetes a utilizadores dos teleféricos da Região (+26,1% que em 2022; +43,6% face a 2019), sendo 93,5% para adultos, 4,4% para crianças e os restantes 2,1% para outro tipo de utilizadores (ex.: agricultores, residentes, estudantes, etc…)", salienta neste particular indicador muito ligado ao turismo. "No mesmo período, as receitas totais foram aproximadamente de 16,8 milhões de euros, correspondendo a um crescimento de 31,5% em relação ao ano anterior (+58,6% face a 2019). De sublinhar que, no 4.º trimestre de 2023, verificaram-se aumentos homólogos de menor intensidade nos bilhetes vendidos (+5,4%), assim como nas receitas (+14,6%), mas, ao comparar com 2019, os incrementos foram mais expressivos, de +36,3% e +52,9%, pela mesma ordem".

Por sua vez, "as Conservatórias da Região registaram, no 4.º trimestre de 2023, a transferência de registo de 3.491 veículos automóveis usados, 88,1% dos quais ligeiros de passageiros e 11,0% ligeiros de mercadorias. Foram também registados 30 veículos pesados, cerca de 0,9% do total. Em comparação com o 4.º trimestre de 2022, o número de registos aumentou em 141, o que traduz um acréscimo homólogo de 4,2% (+0,5% que no 4.º trimestre de 2019). No que respeita ao ano de 2023, foram efetuados 14.433 registos de transferência de veículos automóveis usados, traduzindo-se numa variação de +3,1% comparativamente a 2022 e de +5,9% em relação a 2019", frisa.  

No que toca aos carros novos, "segundo a informação recolhida pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal junto do Instituto de Registos e Notariado, em 2023, foi registado um total de 6.769 veículos", adquiridos por "residentes na Região Autónoma da Madeira (RAM), o que, relativamente ao mesmo período em 2022, representou um acréscimo de +26,2% (+48,2% que em 2019). Entre Outubro e Dezembro de 2023, contabilizou-se a aquisição de 1.670 veículos, o que, relativamente ao mesmo trimestre de 2022, representou um crescimento de 431 veículos (+34,8%). De notar que esta variável corresponde às aquisições de veículos realizadas por entidades residentes na RAM, incluindo as feitas por empresas de rent-a-car, e não às vendas das concessionárias de automóveis que operam na RAM", esclarece.

No que toca a acidentes de viação, confirmam-se os aumentos, uma vez que "os dados provisórios fornecidos pelo Comando Regional da Madeira da Polícia de Segurança Pública (PSP) mostram que, em 2023, foram apurados 3.656" ocorrências "com intervenção policial, o que significa um aumento 16,9% relativamente ao ano precedente (+13,6% face a 2019). As vítimas ascenderam a 1.226 pessoas (mais 142 que em 2022; mais 1 face a 2019), das quais 1.119 foram contabilizadas como feridos ligeiros, 94 como feridos graves e 13 como vítimas mortais", num registo trágico.

Passando para os transportes aéreos, "os aeroportos da RAM registaram, no 4.º trimestre de 2023, um movimento de passageiros na ordem dos 1.130,2 mil (1,13 milhões), o que representou uma variação homóloga positiva de 9,5% (+50,2% que em idêntico trimestre de 2019). Este crescimento foi transversal aos dois aeroportos da RAM, com a Madeira e o Porto Santo a registarem variações homólogas de +9,4% e +13,1%, respetivamente (+48,8% e +95,6% que em 2019, pela mesma ordem). Com efeito, em termos acumulados, o movimento de passageiros nos aeroportos da RAM foi de aproximadamente 4.836,9 mil, significando um acréscimo de 18,1% face a 2022 (+43,6% relativamente a 2019)", assinala os ditos crescimentos extraordinários.

"Em 2023, a ocupação das aeronaves movimentadas nos aeroportos da RAM rondou os 84,4%, com o aeroporto da Madeira a atingir os 85,0% e o Porto Santo os 74,5%. No mesmo período, do ano passado, a taxa de ocupação era inferior, de 80,0%, 80,7% e 70,3%, pela mesma ordem", acrescenta a DREM.

No que toca à carga aérea, "observou-se nos aeroportos da RAM, no 4.º trimestre do ano em análise, um acréscimo de 11,3% em relação ao mesmo trimestre de 2022 (+1,0% em relação ao 4.º trimestre de 2019). Nos dois aeroportos da RAM, as mercadorias descarregadas foram incrementadas em termos homólogos em 10,4% (+20,6% face ao 4.º trimestre de 2019) e as mercadorias carregadas em 14,8% (-36,4% relativamente ao mesmo trimestre de 2019). Em termos acumulados, verificou-se o mesmo comportamento em ambos os fluxos face a 2022 (+6,8% nas mercadorias descarregadas; -21,6% nas carregadas) e face a 2019 (+11,6% nas mercadorias descarregadas; -44,6% nas carregadas)", aponta.

Por fim, no domínio dos transportes marítimos, "contabilizaram-se, em 2023, 279 navios de cruzeiro entrados nos portos da RAM, na sua maioria no 1.º trimestre (94) e no 4.º trimestre (111). Quando comparado com 2022 e 2019, foram, respetivamente, menos 44 e menos 19 navios que fizeram escala nos portos da Região", sendo este outro indicador negativo, mas como também já noticiado, "apesar do número de escalas ser menor, o número de passageiros em trânsito (615.689) cresceu significativamente face a 2022 (+50,1%; +4,5% que em 2019)", o número mais alto de sempre.

"Em 2023, o Porto do Funchal recebeu 614.731 passageiros em trânsito, a larga maioria (87,4%) dos quais constituída por europeus. As nacionalidades predominantes foram a britânica (38,9% do total; +25,4% que em 2019), a alemã (36,1% do total; -6,5% que em 2019), a italiana (2,8% do total; -11,3% que em 2019) e a francesa (2,1% do total; +12,4% que em 2019). Note-se ainda que os passageiros do continente americano em trânsito no Porto do Funchal (11,6% do total) cresceram 34,8% face a 2019. As nacionalidades que contribuíram para este aumento foram a norte-americana (6,9% do total; +25,1% que em 2019) e a brasileira (2,4% do total; +161,0% que em 2019)", especifica a autoridade estatística regional.

Nota ainda para a linha Madeira - Porto Santo, onde "o número de passageiros aumentou 13,5% em termos homólogos no 4.º trimestre de 2023, sendo também superior aos valores do mesmo trimestre de 2019 (+30,7%). Em termos acumulados, em 2023, o número de passageiros transportados situou-se nos 407,9 mil, valor acima do observado no ano precedente em 20,1% (+12,4% que em 2019)", afiança.

Quanto ao movimento de mercadorias nos portos da RAM, a variação no 4.º trimestre "foi globalmente positiva em comparação com o mesmo período de 2022 (+11,0%) e de 2019 (+15,1%). Para esta variação contribuiu o acréscimo observado no descarregamento (+11,1% face ao 4.º trimestre de 2022; +16,9% face ao 4.º trimestre de 2019), assim como no carregamento (+10,0% face ao 4.º trimestre de 2022; +2,5% que no 4.º trimestre 2019) de mercadorias", pelo que "a variação acumulada foi igualmente positiva em termos globais (+7,6% que em 2022; +17,7% face a 2019), quer na carga (+2,1% face a 2022 e +4,4% em relação a 2019), quer na descarga (+8,3% face a 2022 e +19,5% que em 2019)", termina.