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Milhares de árabes manifestam-se em Israel pelo fim da guerra em Gaza

Foto AFP
Foto AFP

Milhares de árabes pediram hoje, durante a comemoração do Dia da Terra em Deir Hanna, no norte de Israel, o fim do conflito em Gaza.

O tradicional Dia da Terra assinala a morte, em 1976, de seis árabes que se manifestavam contra a apreensão das suas terras por Israel.

"Parem com a guerra em Gaza" e "Gaza, não vaciles!" eram algumas das frases que se podiam ler nos cartazes dos participantes no Dia da Terra que marcharam pelas ruas da cidade até à praça principal, agitando a bandeira palestiniana.

Deputados árabes-israelitas estiveram na frente da marcha que contou com a presença de pequenos grupos de judeus, alguns envergando 'slogans' em hebraico como "Judeus e árabes recusam-se a ser inimigos".

"Viemos aqui em solidariedade com a multidão árabe para exigir o fim dos massacres perpetrados pelo governo israelita em Gaza e o fim da guerra", disse Eyal, um manifestante israelita de 33 anos.

Os árabes-israelitas são membros ou descendentes da população árabe presente no Mandato Britânico da Palestina.

De acordo com o Bureau Central de Estatísticas de Israel (CBS), o país tem mais de dois milhões de árabes, ou seja, 21% da população.

Estes números incluem a população de Jerusalém Oriental, uma área cuja anexação por Israel não é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU).

Quase seis meses após o início da guerra, desencadeada por um ataque do movimento islamista palestiniano Hamas contra Israel, a resposta do exército israelita na Faixa de Gaza causou a morte a mais de 32 mil pessoas, na maioria civis, mulheres e crianças, e ferimentos em mais de 75 mil, segundo números divulgados pela administração do território, controlado pelo Hamas desde 2007.

Egito, França e Jordânia têm desenvolvido várias ações conjuntas para a entrega de ajuda humanitária na Faixa de Gaza por terra, mar e ar desde que o conflito rebentou.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) alertou hoje que cerca de 9.000 pacientes da Faixa de Gaza devem ser retirados com urgência para tratamento, numa altura em que o território palestiniano tem apenas 10 hospitais a funcionar em serviço mínimo.