Pedro Reis, novo ministro da Economia, quer Portugal a "recuperar tempo perdido"
Pedro Reis, um dos coordenadores do programa económico da Aliança Democrática (AD) e antigo presidente da AICEP, chega a ministro da Economia, com o objetivo de fazer o país "recuperar o tempo perdido" e de regularizar os incentivos às empresas.
Natural de Lisboa, Pedro Reis, de 56 anos, casado e com três filhos, assume, desde janeiro deste ano, o cargo de membro do conselho consultivo do Banco Português de Fomento e, desde julho de 2022, é coordenador do Movimento Acreditar, uma plataforma de discussão do PSD com a sociedade civil, e presidente do Conselho Consultivo do Conselho da Diáspora Portuguesa.
Licenciado em Gestão e Administração de Empresas pela Universidade Católica Portuguesa, o dirigente, que chegou a candidatar-se a bastonário da Ordem dos Economistas, conta no seu currículo com uma passagem pela banca, depois de ter presidido a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).
Foi entre dezembro de 2011 e abril de 2014 que Pedro Reis presidiu à AICEP. Também assegurou a secretaria executiva do Conselho Estratégico de Internacionalização da Economia (CEIE), fez parte do Conselho Nacional para o Empreendedorismo e a Inovação e participou ainda no Conselho da Indústria no âmbito do Ministério da Economia e na Reunião de Coordenação dos Assuntos Económicos e do Investimento (RCAEI).
Pedro Reis foi também membro do Conselho Geral e de Supervisão da Portugal Ventures.
Em maio de 2014 tornou-se assessor sénior da Comissão Executiva do BCP e no ano seguinte administrador executivo do BCP Capital, na qualidade de seu CEO (presidente executivo).
Já em novembro 2017 assumiu a direção de Marketing Estratégico e 'Business Development' e, entre 2019 e 2021, a direção de Banca Institucional do Millenium BCP.
A escolha de Luís Montenegro para a pasta da Economia, que estava a cargo de António Costa Silva (independente, do Governo do PS), coordenou o programa económico da AD e, durante a campanha eleitoral, defendeu que a coligação é a alternativa que vai permitir "recuperar o tempo perdido", apostar em reformas e aproveitar as oportunidades.
A par disto, demonstrou, publicamente, apoio às empresas que se queixaram de ter pagamentos de incentivos em atraso, no âmbito do Portugal 2020, Portugal 2030 e do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o que classificou como "grave e incompreensível".
O dirigente chegou mesmo a alertar, em 2023, para a possibilidade de se "deixar cair empresas saudáveis por estrangulamentos de tesouraria assacáveis aos atrasos nos pagamentos".
Para o agora titular da pasta da Economia, Portugal não pode perder o "comboio europeu" e as empresas nacionais não querem promessas, mas compromissos e resultados.
Enquanto presidente do Conselho Consultivo do Conselho da Diáspora Portuguesa destacou também a importância de Portugal se tornar numa "potência exportadora" e captar investimento em áreas como a logística, saúde, ecossistema financeiro, defesa e energia.
Desde início de 2022, Pedro Reis trabalha com alguns grupos económicos, 'family offices' e fundos de investimento, quer nacionais quer estrangeiros, na qualidade de 'senior adviser' externo e de administrador não executivo.
A par da licenciatura em Gestão e Administração de Empresas, Pedro Reis conta com formação na Harvard Business School em 'Strategic Finance', no Insead no 'Advanced Management Program' e na Universidade Católica, tendo participado no Programa Avançado de Gestão para Executivos.
Em abril de 2014 foi condecorado pelo antigo Presidente da República Aníbal Cavaco Silva com a insígnia de Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique pelos serviços prestados ao país na internacionalização da sua economia.
Entre julho de 2016 e novembro de 2017, Pedro Reis foi presidente não executivo do conselho editorial do jornal económico 'online' Eco.
O primeiro-ministro indigitado, Luís Montenegro, e os ministros do XXIV Governo Constitucional tomam posse na terça-feira e os secretários de Estado dois dias depois, estando o debate do programa de Governo marcado para 11 e 12 de abril.