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IL/Madeira defende que só eleições podem "endireitar" o que ficou torto

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Foto Lusa

A Iniciativa Liberal da Madeira (IL/Madeira) defendeu hoje que a realização de eleições para o parlamento regional é a "única maneira" de "endireitar uma coisa que ficou bastante torta", durante uma reunião com o Presidente da República, em Lisboa.

O Presidente da República está hoje a ouvir os partidos com assento parlamentar na Madeira, perante a possibilidade de dissolver a Assembleia Legislativa, na sequência da crise política provocada pela demissão de Miguel Albuquerque do cargo de presidente do Governo Regional (PSD/CDS-PP), em janeiro, após ser constituído arguido numa investigação judicial sobre suspeitas de corrupção no arquipélago.

À saída do encontro com Marcelo Rebelo de Sousa, o deputado único da IL/Madeira, Nuno Morna, destacou que o partido disse hoje ao Presidente o mesmo que tem dito nos últimos dois meses.

"Nós, num primeiro momento, fizemos uma pausa para ver o que é que a maioria sugeria em termos de assegurar o normal funcionamento das instituições de autonomia. A partir de uma certa altura, ou cerca de uma semana depois, quando não havia nenhum dado nesse sentido, com um orçamento que não se sabia se íamos discutir e aprovar ou não, a partir daí começámos a pedir eleições, porque achamos que é a única maneira de legitimar e de endireitar uma coisa que ficou bastante torta", afirmou o dirigente da IL/Madeira.

Além de ouvir os nove partidos representados - PSD, CDS-PP, PS, JPP, Chega, CDU, IL, PAN (que tem um acordo de incidência parlamentar com o PSD que garante ao executivo PSD/CDS-PP maioria absoluta) e BE --, Marcelo Rebelo de Sousa vai reunir o Conselho de Estado, o órgão político de consulta do chefe de Estado.

As audiências do Presidente da República com os partidos com assento parlamentar decorrem desde as 10:00 de hoje por ordem crescente de representação: começou com o BE, às 10:00, seguindo-se o PAN, a IL e o o PCP.

Ainda ouvirá o CDS-PP e o Chega além de, da parte da tarde, o JPP, o PS e o PSD.

Às 18:00 realiza-se a reunião do Conselho de Estado, órgão de consulta do Presidente, no qual se deverá avaliar o cenário de dissolução da Assembleia Legislativa Regional da Madeira e a convocação de eleições antecipadas.

Caso Marcelo Rebelo de Sousa opte pela não dissolução do parlamento regional, o representante da República, Ireneu Barreto, irá nomear, conforme anunciou em fevereiro, "o presidente e demais membros de um novo Governo Regional".

O chefe de Estado recuperou o poder de dissolver o parlamento do arquipélago esta semana, passados seis meses desde a realização de eleições regionais na Madeira, em 24 de setembro de 2023.

Na segunda-feira, Miguel Albuquerque defendeu que não há justificação para legislativas antecipadas na Madeira e anunciou estar em fase final uma negociação para assegurar ao Presidente da República que se mantém a maioria absoluta, formada por PSD e CDS-PP, com o apoio parlamentar do PAN.

No mesmo dia, a deputada única do PAN, Mónica Freitas, recusou haver algum acordo formal com o PSD, mas admitiu estar disponível para viabilizar o Programa do Governo Regional e o Orçamento caso não haja eleições. Anteriormente, o partido tinha dito que apenas manteria o entendimento se Albuquerque saísse da presidência do executivo.

A oposição madeirense tem defendido a realização de eleições antecipadas.