Universidade da Madeira coordena rede nacional de incentivo ao empreendedorismo
Poliempreende chega à 20.ª edição com criação de cerca de 100 empresas no 'currículo'
O Poliempreende, a maior rede nacional de incentivo ao empreendedorismo no ensino superior politécnico em Portugal, já tem em marcha a sua 20.ª edição, que será coordenada pela Universidade da Madeira (UMA).
Constituído por todas as instituições politécnicas do país, escolas superiores não integradas (Enfermagem de Coimbra, Porto e Lisboa, Hotelaria e Turismo do Estoril e Escola Náutica Infante D. Henrique) e escolas politécnicas das universidades de Aveiro, do Algarve e da Madeira, o Poliempreende destina-se a alunos, diplomados ou docentes das instituições referidas, ou outras pessoas, desde que integrem equipas constituídas por estudantes e/ou diplomados.
Desde 2003, esta iniciativa já contribuiu para "a apresentação de sensivelmente 1.700 projectos, para a criação de cerca de 100 empresas e 100 registos de propriedade industrial, envolvendo mais de 1.200 alunos", revela a entidade em comunicado de imprensa.
"Estimular o empreendedorismo, potenciando saídas profissionais; promover a mudança de atitudes dos atores académicos participantes, bem como a constituição de novas empresas de cariz inovador e de implantação regional, com potencial de crescimento; e fomentar a inovação e o registo de patentes" são alguns dos objectivos do Poliempreende.
Esta 20.ª edição iniciou-se com a passagem de testemunho do Politécnico do Cávado e Ave (IPCA) para a UMA.
O processo inicia-se com a inscrição das ideias de negócio numa plataforma criada para o efeito, seguindo-se uma fase de capacitação com as oficinas E e E2, através das quais os promotores adquirem competências para desenvolver os seus planos de negócio. Os projectos serão, posteriormente, avaliados por um Júri Regional e os vencedores representarão a sua instituição no concurso nacional, agendado para o início de Setembro.
Ao nível regional, o valor do prémio pode ir até 2 mil euros, enquanto o vencedor do concurso nacional pode ganhar até 20 mil euros.
Desde o passado, o primeiro lugar do Concurso Nacional passou a denominar-se Prémio Comendador Rui Nabeiro, em homenagem a um dos grandes impulsionadores do empreendedorismo e em particular desta iniciativa.
O vencedor do primeiro Prémio Comendador Rui Nabeiro foi o projecto Pit O’Gram, apresentado pelo aluno Francisco Henriques (Politécnico de Viseu), que consiste num programa e aparelhos de comunicação para utilização em centros de inspecção automóvel, procurando facilitar a comunicação entre inspetor e cliente, quando é necessária a avaliação da parte inferior do automóvel. O recurso permite ultrapassar as dificuldades da comunicação oral, substituída por pictogramas animados num monitor, sendo apenas necessário inputs em botões de teclado.
Refira-se ainda que, em 2013, o Poliempreende foi reconhecido internacionalmente, ao receber o Prémio Europeu de Promoção Empresarial, na categoria de Investimento nas Competências Empreendedoras, considerando a metodologia única desenvolvida.
“Proporcionando aos alunos a oportunidade de desenvolverem as suas competências empreendedoras, o Poliempreende está a capacitá-los a pensar de forma diferente sobre o seu futuro e a assumir o controlo dos seus percursos profissionais. Não se trata apenas de ganhar prémios ou iniciar um negócio – trata-se de ganhar confiança, aprender novas habilidades e conectar-se com uma rede de pessoas com ideias semelhantes”, salienta Maria José Fernandes, presidente do conselho coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), que sublinha que os alunos que participam no programa “podem adquirir uma compreensão mais profunda do processo empreendedor e aprender a correr riscos, pensar criativamente e desenvolver soluções inovadoras para problemas”.