Aquisição de cal garante tratamento na Meia Serra
Águas e Resíduos da Madeira lançou concurso para adquirir fornecimento para até dois anos
A ARM - Águas e Resíduos da Madeira, S.A. lançou ontem um concurso público para a aquisição de cal para o processo de tratamento do lixo na Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) da Meia Serra. O contrato é para seis meses, podendo ir até aos dois anos.
Nesta operação a empresa pública responsável pelo fornecimento de água e tratamento do lixo conta gastar no máximo 698.280 euros, valor ao qual acresce o IVA à taxa legal em vigor. Este é o preço para os quatro semestres. Por semestre o valor máximo é de 174.570 + IVA, que inclui o transporte e a entrega na Estação.
A cal viva destina-se ao tratamento de gases nos depuradores e ao tratamento de gases no interior das caldeiras, a utilizar na Instalação de Incineração de Resíduos Sólidos Urbanos (IIRSU), constituída por duas linhas, cada uma com capacidade de tratamento de 8 toneladas de lixo por hora. Segundo a Gelcal, empresa produtora, na área do Tratamento de Resíduos a cal virgem desempenha “um papel fundamental”. Seu uso, explica a empresa, “auxilia na estabilização de resíduos sólidos, neutralizando substâncias tóxicas e contribuindo para a gestão ambiental responsável”.
A construção da ETRS da Meia Serra foi iniciada no final da década de 80, com conclusão em 1991, revela a empresa pública. Nessa altura foi “o primeiro sistema integrado de tratamento e destino final de resíduos urbanos do País”.
Menos de uma década depois, surgiu a necessidade de actualizar a infra-estrutura, “adequar os tratamentos aí existentes às directrizes europeias e nacionais, bem como adoptar uma solução integrada da valorização / eliminação, devidamente articulada com a valorização multimaterial (através de recolha selectiva e de reciclagem dos materiais) e com a optimização do transporte (construção de Estações de Transferência) ”, revela a ARM. Os trabalhos decorreram entre 1998 e 2004, tendo a estação sido ampliada e requalificada a área envolvente.
Inaugurada esta nova fase, a ETRS da Meia Serra passou a contar com novas instalações de incineração de resíduos sólidos urbanos; instalação de incineração de resíduos hospitalares e de matadouro, instalação de compostagem de resíduos sólidos urbanos, instalação de desinfecção e armazenamento de resíduos hospitalares, aterros sanitários, parque de armazenamento, trituração e acondicionamento de pneus usados para envio para reciclagem para o continente. Tem também uma estação de tratamento de águas residuais.
A actual estação através da inceneração controlada garante o tratamento térmico dos resíduos, com tratamento dos gases de escape simultaneamente a produção de energia eléctrica.
Recentemente a Estação de Tratamento de Resíduos Sólidos (ETRS) da Meia Serra foi distinguida pela Ordem dos Engenheiros como uma das obras de engenharia do século XXI .