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Sobe o número de casos de Hepatite A em Portugal. O que é esta infecção?

Desde o início do ano e até 18 de Março foram contabilizados 43 casos de Hepatite A em Portugal.

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Foto Shutterstock

A Direcção-Geral de Saúde alertou para o aumento do número de infecções pelo vírus da Hepatite A. Este alerta surgiu na semana passada e, desde então, já foram referenciados mais 20 casos, pelo que podemos avançar que estamos perante um novo surto.

As informações que chegam por parte das autoridades de saúde dão conta de que a maioria dos casos registou-se na região de Lisboa e Vale do Tejo, envolvendo doentes do sexo masculino. Falamos de um total de 43 casos, sendo que 37 são do sexo masculino, com idade entre os 20 e os 49 anos. Em 37% dos casos, a transmissão ocorreu em contexto de transmissão sexual. A situação tem vindo a evoluir sem casos graves ou mortes. Mas sabe de que infecção estamos a falar?

O Vírus da Hepatite A (VHA) é um vírus que causa inflamação no fígado e que provoca a hepatite A. No fundo, falamos de uma infecção aguda do fígado, com as consequências físicas que tal acarreta. Falamos, por exemplo, de febre, mal-estar, náuseas, vómitos, dor abdominal, falta de apetite, urina escura, fezes esbranquiçadas e ainda icterícia, que se manifesta com a coloração amarela da pele e dos olhos.

A Hepatite A, por norma, não se manifesta em crianças com idades até aos 6 anos, mas em crianças mais velhas e adultos pode provocar doença clínica.

A transmissão deste vírus acontece de duas formas: a principal é por via fecal-oral (contacto de fezes com a boca), através da ingestão de alimentos ou água contaminados. Este é um factor a ter em atenção aquando de uma viagem para países com défice de higiene ou saneamento. Por outro lado, a transmissão pode acontecer por via sexual. O período médio de incubação é de 28 dias, variando de 15 a 50 dias.

De acordo com a DGS, o vírus VHA é eliminado nas fezes, em elevadas concentrações, desde 2 a 3 semanas antes até uma semana após o aparecimento dos sintomas.

Para que seja feito o dignóstico, é necessário perceber a história clínica completa do utente, com pesquisa de sintomas e a realização de exames, como análises de sangue com pesquisa de anticorpos para o vírus.

Tendo em conta as formas de transmissão, risco de infecção é maior para viajantes ou habitantes em locais com condições de saneamento básico deficitárias. Segundo a mesma fonte, existe também maior risco de infecção para homens que fazem sexo com homens e ainda para pessoas que usam drogas, em situação de sem abrigo, com doença do fígado, e com VIH.

Podemos prevenir esta infecção

Uma das formas de prevenção é a toma da vacina, que não está incluída no Plano Nacional de Vacinação. Por isso, pode informar-se com o seu médico.

Por outro lado, há comportamentos que podem ser tomados no dia-a-dia como forma de prevenção. Desde logo, torna-se crucial lavar as mãos, principalmente após a utilização da casa de banho ou após mudar as fraldas. Deve lavar e cozinhar muito bem os alimentos e, em caso de défice de saneamento, beber e utilizar água engarrafada.

Não existe um tratamento específico para a hepatite A, por isso, o tratamento é dirigido aos sintomas causados pela infecção. Habitualmente são usados medicamentos para alívio de sintomas e, simultaneamente, recomenda-se a ingestão de muitos líquidos e repouso.