Hoteleiros esperam decisões do novo governo para problemas do setor
O presidente da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP), Fernando Garrido, disse hoje que há problemas no setor que o futuro governo tem de resolver.
"No momento em que se inicia um novo ciclo político, não podemos continuar a esconder e a adiar a resolução de problemas no nosso setor, sobejamente conhecidos e nunca resolvidos", disse.
Fernando Garrido referiu-se especificamente a decisões sobre o novo aeroporto de Lisboa, a ferrovia de alta velocidade ou o reconhecimento das profissões e respetivos profissionais.
"A valorização dos recursos humanos é chavão de todos os governos, mas pouco ou nada se avança e continuamos com uma legislação laboral desajustada dos interesses dos próprios trabalhadores", disse.
"É fundamental que o novo governo tenha a coragem e reúna a convergência das forças políticas para que se assuma a solução destes problemas em prol do país, colocando de parte questões políticas", disse.
Fernando Garrido falava na abertura do XX Congresso da Associação dos Diretores de Hotéis de Portugal (ADHP) que decorre no Centro de Congressos de Aveiro, sob o lema "Pilares da Hotelaria e Turismo".
Na mesma linha interveio Francisco Calheiros, presidente da Confederação do Turismo de Portugal, que sublinhou o contributo do setor e as boas perspetivas para 2024.
"Ainda assim o turismo resiste como motor da economia portuguesa, como um dos setores que mais contribui para o país, seja no seu contributo através da fiscalidade, do emprego e do investimento", comentou.
Segundo os dados de que se socorreu, em 2023, os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 30 milhões de hóspedes e mais de 77 milhões de dormidas, e foi mesmo o mais rentável de sempre, com receitas turísticas superiores a 25.000 milhões de euros.
"Se 2024 for igual a 2023 já será um ótimo ano e, a avaliar pelos dados disponíveis para a Páscoa, podemos mesmo esperar um bom ano para o turismo", vaticinou.
As reservas para o fim de semana pascal apontam para ocupações entre os 80 e os 100% da capacidade hoteleira, sendo um barómetro da ocupação turística do ano.