PS-Madeira diz que "incúria" do Governo Regional coloca em causa segurança das pessoas
Sílvia Silva acusa o Executivo madeirense de ameaça o património natural
O Partido Socialista - Madeira (PS-Madeira) atribui ao Governo Regional toda a responsabilidade pelo caos verificado em alguns percursos pedestres e pontos turísticos da Região, assunto que faz manchete na edição de hoje do DIÁRIO.
No entender do principal partido da oposição, essa situação está a pôr em causa a preservação do património natural e a segurança das pessoas que frequentam tais espaços, acusando o Governo de inércia e a falta de planeamento, o que tem originado "consequências cada vez mais gravosas ao nível da sustentabilidade ambiental e da imagem do próprio destino Madeira", referem em comunicado.
A esse respeito, Sílvia Silva, deputada do PS, refere que a reportagem hoje publicada pelo DIÁRIO é uma prova evidente do “desleixo” e da “irresponsabilidade” do Executivo no que toca à gestão destes espaços naturais. "Quando são os próprios profissionais do turismo a alertar que a sobrelotação nos percursos pedestres recomendados é insuportável e comparada a uma ida a um centro comercial, isso vem dar razão às várias propostas que o PS tem vindo a apresentar, mas que esbarram sempre na intransigência da maioria que suporta o Governo", afirma a socialista.
Lembra a socialista o projecto de resolução que o partido apresentou na Assembleia Legislativa que previa a criação do Regime Jurídico dos Percursos Pedestres, Cicláveis ou Mistos da Região, que considerava, entre outros aspectos, a monitorização da carga humana, a definição de limites de utilização, a melhoria da sinalética, bem como a manutenção regular destes espaços. Recorda, por isso, que o PSD e o CDS se assumiram como uma força de bloqueio, recusando estas propostas e dando cobertura à "incúria" do Governo Regional.
Além disso, Sílvia Silva refere que, atenpadamente, o PS solicitou oficialmente os números das contagens de utilizadores nos percursos do Rabaçal, mas que os dados facultados "não reflectem a realidade que o Governo da Madeira quer tanto esconder". Aliás, acrescenta, isso é comprovável com o facto de, passado um ano desde a instalação dos contadores e sensores na zona do Rabaçal, o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN) continuar sem divulgar os números de pessoas que ali acedem.
Alertando para o problema do turismo desordenado que se regista em vários pontos, a deputada insiste na necessidade premente de serem adoptadas medidas para controlar a carga humana e reduzir os seus impactos no património natural e, simultaneamente, garantir a segurança dos utilizadores desses percursos. "Quem tem responsabilidades governativas não pode continuar a assobiar para o lado. Não podemos continuar a ter um presidente do Governo displicente, que diz que prefere ter muitos turistas e alguns acidentes do que não ter turistas", sentencia Sílvia Silva.