Líder da oposição denuncia brutal repressão e pede coragem aos venezuelanos
A líder opositora Maria Corina Machado emitiu hoje uma "alerta mundial" na qual denuncia repressão do regime venezuelano contra integrantes da sua equipa política e pediu firmeza e coragem.
"Alerta mundial: O regime de Maduro desencadeia uma repressão brutal contra as minhas equipas de campanha (...) Venezuelanos, peço-vos firmeza e coragem nestes tempos difíceis. Hoje, mais do que nunca, precisamos de estar unidos e firmes para continuar a avançar em direção aos nossos objetivos", escreveu a opositora no X, antigo Twitter.
O alerta de Maria Corina Machado ocorre depois de as autoridades venezuelanas deterem dois membros do seu partido Vente Venezuela (VV), Henry Alviarez, coordenador nacional de organização, e a coordenadora política Dignora Hernández, e emitir mandados de detenção contra vários dos seus colaboradores, incluindo a chefe de campanha, Magalli Meda.
"Estas ações cobardes pretendem fechar o caminho da Venezuela à mudança e à liberdade, em paz e democracia", sublinhou.
Entretanto, o partido Vente Venezuela denunciou que a sede principal dessa organização, em Caracas, estava rodeada de funcionários do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (SEBIN, serviços de informação).
Apesar da presença dos oficiais, um utilizador das redes sociais divulgou o momento em que Maria Corina Machado chega e entra na Quinta Bejucal (sede de Vente Venezuela) para dar uma conferência de imprensa.
As detenções de Henry Alviarez e Dignora Hernández, foram confirmadas pelo Procurador-geral, Tarek William Saab, e elevam para nove o número de políticos presos nas últimas semanas, sete deles do VV e dois do partido Causa R.
O Ministério Público, adiantou, emitiu ordens de detenção de outros sete dirigentes do VV: Oswaldo Bracho, Pedro Urruchurtu, Omar González, Humberto Villalobos, Cláudia Macero, Fernando Martínez Mótola e Magalli Meda.
Saab acusou ainda a campanha de Maria Corina Machado de receber financiamento internacional através de organizações defensoras dos Direitos Humanos.
A Venezuela realiza eleições presidenciais no próximo 28 de julho, nas quais o Presidente Nicolás Maduro será candidato para um terceiro mandato de seis anos.
Em outubro de 2023, Maria Corina Machado venceu as primárias da oposição, tendo sido eleita como candidata única da oposição contra Maduro, mas foi desqualificada para o exercício de cargos públicos.
Machado insiste que se candidatará e que está mandatada para tal por quase três milhões de venezuelanos que participaram nas primárias. Diz nunca ter sido notificada de um procedimento contra si e que a desqualificação só seria válida após um julgamento e uma sentença definitiva de um tribunal.
As inscrições de candidatos para as próximas eleições presidenciais venezuelanas vão decorrer entre 21 e 25 de março.