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Madeira

Manuel António apela aos militantes "que não tenham medo"

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O candidato às eleições internas do PSD-Madeira, que decorrem amanhã, entre as 17h30 e as 20h30, Manuel António Correia apela aos militantes que "não tenham medo", que "votem de acordo com aquilo que querem para o vosso futuro e não a olhar para trás. Olhemos para a Madeira do futuro, olhemos para o nosso partido do futuro. Olhemos para os jovens, respeitemos os jovens, mas acima de tudo uma sociedade livre e respeitadora. Nós só queremos esse direito: respirar à vontade".

Num encontro com jovens esta tarde, Manuel António afirma que a sua lista irá "mudar o partido" e a Madeira. "As pessoas querem mudança e nós sabemos a ausência desta mudança. Uma mudança para mais, para melhor, com novos protagonistas, com novas atitudes e novas políticas”, disse.

Num discurso em que aproveitou para lançar 'farpas' ao seu adversário, Miguel Albuquerque, Manuel António referiu algumas notas finais da campanha. 

Primeiro abordou que amanhã será o dia de uma "nova era" na Madeira: "“Nós não estamos no último dia de campanha, ou melhor, estamos formalmente, mas eu tenho a certeza que este será mais um dia na nossa caminhada. Amanhã começa a Primavera política na Madeira, uma nova era e vamos ter muitas responsabilidades daqui para a frente, mas estamos preparados. Estamos preparados para fazer festa amanhã, temos confiança que teremos motivos para fazer festa, vamos comemorar, mas logo a seguir temos de começar a pensar a sério na Madeira e na Madeira do futuro onde vocês, jovens e menos jovens, têm um lugar e que terá de ser uma batalha e um partido que não repita as situações que temos assistido nos últimos tempos". 

Se, como espero, ganhar as eleições do PSD amanhã será o primeiro dia da próxima vitória com maioria absoluta do PSD em eleições regionais na Madeira. Manuel António Correia.

Refere ainda o facto de ter sido dito que esteve "muito tempo afastado da política". Sobre este assunto, reitera: "Eu afastei-me voluntariamente por respeito ao partido, aos seus militantes que escolheram um caminho diferente em 2014 e que eu respeitei. (…) Quem dera que todos os actuais líderes do partido tivessem como grande defeito terem ajudado a direcção do partido com o seu comportamento e com o seu silêncio até terem todas as condições para terem o seu sucesso, aumentado a votação, ter maiorias absolutas e governar a Região com estabilidade, coisa que há muito não se vê".

Ainda em ataque ao seu opositor nesta eleições internas afirma que "os cargos públicos são eleições não são empregos. E não se pode estar agarrados a eles".

É um defeito dos titulares de cargos públicos passarem a mensagem que não sabem viver sem eles, que dependem deles não para servir mas para serem servidos. E afinal de quem é o defeito? Quem teve e deu mostras que era capaz de viver sem os cargos públicos, sem o poder, sem a vida política ou quem, pelo contrário, dá mostras que é incapaz de viver fora da vida pública, fora da política e fora dos cargos políticos? Manuel António Correia.

E, neste sentido questiona: "Será que o Dr. Miguel Albuquerque viveria 10 anos sem cargos públicos ou políticos? Será que o povo valoriza mais quem é capaz de viver sem a política e mesmo assim estar disponível para servir na política ou pelo contrário, quem se mostra incapaz de viver sem a política e que quer todos os títulos e todas as formas, com todas as pessoas, com todos os erros que se tem visto e todos nós sentimos, quer agarrar-se ao poder? Eu acredito que o povo prefere quem está desapegado do poder, mas também está disponível para servi-lo também no poder".

Menciona que foi acusado pelo actual líder do partido na Madeira de não estar preparado para ser presidente do Governo porque "não ganhava eleições ou não tinha ganho eleições" e, relativamente a este ponto, esclarece: "O que está em causa, a partir de amanhã, não é quem ganhou as últimas eleições é quem está em condições de ganhar as próximas eleições”.

Eu passei o dia a receber chamadas de pessoas a se queixar que estavam numa situação pessoalmente muito muito sofredora. Isto é inadmissível e quero garantir-vos que comigo isto não volta a acontecer num partido. Nunca, nunca, nunca, nunca mais isto pode voltar a acontecer. Manuel António Correia.

Perante o clima de "medo" que afirma existir no internamente expressa que deve ser feito "um minuto de silêncio". 

Um silêncio para reagir nas urnas. A única resposta que os milhares de militantes têm na mão. Votando em quem não faz isso. Manuel António Correia.

Complementa, ainda, que é preciso escolher: "Ou vamos escolher o medo e a repressão ou a liberdade e a responsabilidade". 

Confiante na vitória da sua lista nas eleições, Manuel António diz saber de "pessoas que pensam que a juventude é prepotente, arrogante", afiançando que quem faz estas afirmações "não pode ser presidente dos jovens e dos menos jovens".

Quem diz isso tem medo de opinião livre que é o que mais distingue os jovens, que pensam de forma genuína, pensam no futuro mais do que no dia-a-dia ou no dia imediato e pensam em criar sociedades melhores. Quem tapa a boca aos jovens está a tapar a boca à liberdade” Manuel António Correia.

"Já tínhamos tido diversos exemplos do medo dos militantes. No prazo que nos impuseram só serviu para ainda acelerar a nossa relação com os militantes que depois de ter sido um amor proibido passou a ser um amor para a vida inteira, que é isto que nós estamos a criar”, disse o candidato, apontando que "depois houve a questão das quotas, depois uns obrigados a por fotos e vídeos. Obrigados a justificar porquê assinaram candidaturas e a expressar opinião. Depois deste momento em que os militantes estiveram subjacentes a tudo, depois da recusa do debate – desafiei para um debate, a televisão tinha previsto".

Perante estas manifestações de medo dos militantes chega o medo supremo. O medo dos jovens, que é o medo fatal porque, como já vos disse, quem tem medo dos jovens não tem condições para ser gestor supremo da nossa sociedade. Eu quero dizer que não partilho desta opinião, é básico, mas que tenho a ideia contrária. Manuel António Correia.

A concluir alega que não se dirige aos jovens para anunciar as medidas que vai tomar, mas sim mostrar que vai ter "sempre jovens nas equipas, vamos confiar neles para a definição e para a execução de políticas públicas".

"A partir de amanhã a Primavera será aquilo que a Primavera é: bonita, airosa, prometedora, cheia de esperança", remata.