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Divórcios antes da festa

Será que todos os que desejam poderão exercer o seu direito de voto? Estaremos a promover o divórcio dos nossos militantes com o partido, cuja militância ativa tem vindo a cair a pique nos últimos anos? Será isto Social Democracia?

Confesso que ainda me consigo surpreender com todos os acontecimentos recentes, pois vejo coisas tão absurdas, simplesmente inexplicáveis para o comum dos mortais como eu.

Perante umas eleições tão importantes para a Região e para o País, como são as que pretendem eleger os nossos representantes para a Assembleia da República e a consequente formação do Governo Nacional, e sobre as quais deveríamos estar todos unidos e concentrados, eis que surgem as situações mais caricatas na política Regional, promovidas pela atual liderança do PSD.

1. O fim da coligação antes das eleições, provocando uma natural desmobilização do eleitorado do CDS e pondo em causa a eleição dos nossos representantes.

Eu sempre fui contra a coligação com o CDS mas, a existir, há que cumprir o acordo com toda a dignidade até o fim do processo.

Tínhamos os candidatos e militantes de ambos os partidos a fazer campanha eleitoral. Entretanto, muitos já deixaram de aparecer. Caso para dizer que as famílias casaram os filhos, mas mesmo antes da festa o pai do noivo já anunciou o divórcio. Alguém achará que a noiva e os seus convidados quererão ir à boda?

2. A marcação de eleições internas à pressa e sem terem preparado o partido e o seu secretariado para que fosse dada resposta à solicitação dos seus militantes. Mas mais do que isso, para permitir o tempo necessário para reflexão interna absolutamente necessária e a possibilidade a qualquer militante de constituir uma lista, caso não fosse alguém minimamente conhecido. O nosso militante imigrante ficou logo excluído. Perante o chumbo de uma proposta no Conselho Regional para adiar a data de todo este processo, entre as abordagens intimidatórias e pressões completamente desadequadas numa era democrática e livre, eis que surge o maior constrangimento a umas eleições livres e democráticas: a limitação ao acesso às referências multibanco para o pagamento de quotas que permitem não só a validação de subscrições de candidatura assim como o acesso ao direito de voto. Nem todas as pessoas podem deslocar-se ao Funchal, por isso era norma ligar ao partido para que estas fossem enviadas (procedimento feito pelas comissões políticas em nome dos seus militantes, ou os próprios). Inexplicavelmente os telefones deixaram de ser atendidos durante a maior parte dos dias, desconhecendo-se um horário de atendimento telefónico. Será que todos os que desejam poderão exercer o seu direito de voto?

Estaremos a promover o divórcio dos nossos militantes com o partido, cuja militância ativa tem vindo a cair a pique nos últimos anos? Será isto Social Democracia?

3. As listas foram entregues dentro dos limites impostos. Os candidatos e suas equipas anunciadas. Surpresa total: ficamos a saber no final da manhã do dia seguinte que aparentemente houve uma alteração de última hora na lista da atual liderança do partido, sem se saber realmente a que hora e em que dia tal ocorreu, pois todo o processo já deveria estar fechado.

Mas pasme-se com a razão de que um elemento dessa lista sai porque é arguido. Então não se sabia que o era, antes deste integrar a lista? E não há outros arguidos na dita lista? Se ele é arguido e deve sair o que dizer do(s) outro(s)! Parece que uma coisa é ser noiva e outra é ser noivo, onde as obrigações éticas são bem diferentes e os “divórcios por justa causa” têm regras diferentes, recaindo apenas para alguns.

Até dia 10 de março temos de nos concentrar nas eleições nacionais. Será que querem continuar a ter um governo socialista, de esquerda, que tem arruinado a saúde, a educação, a agricultura, a habitação…. e envolto em “casos e casinhos”? Será que queremos a continuidade desse tipo de governação?

Neste momento, não tenho dúvidas, TODOS os militantes do PSD estão unidos nesta causa comum. Estamos a uma semana das eleições e por isso peço a esta direção, a atual liderança do partido, que pare de boicotar todas as hipóteses de sucesso dos nossos candidatos e partido nestas eleições. Será o PSD e os seus eleitos que, com certeza, como sempre foi apanágio, farão a diferença na defesa intransigente da nossa autonomia e interesses da RAM.