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BE exige transparência e vai perguntar "todos os dias" quem financia o Chega

Foto FERNANDO VELUDO/LUSA
Foto FERNANDO VELUDO/LUSA

A coordenadora do BE defendeu hoje que o Chega tem explicações a dar sobre o seu financiamento e que vai perguntar "todos os dias" quem dá dinheiro ao partido, alegando que esta transparência é fundamental para o combate à corrupção.

Com uma ligeira alteração ao programa de campanha por causa da chuva, a caravana do BE começou a tarde com uma visita ao Mercado do Bolhão, no Porto, tendo Mariana Mortágua sido questionada pelos jornalistas sobre uma notícia da TVI que aponta que a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos encontrou no Chega indícios de incumprimento da lei dos donativos e eventuais financiamentos proibidos nas eleições relativas a 2019.

"Há um partido em Portugal que está em risco de ter financiamento ilegal, quebrar a lei, uma lei de combate à corrupção, precisamente de transparência, no financiamento partidário. Esse partido é o Chega e o Chega tem explicações a dar ao país", defendeu a líder do BE.

Mariana Mortágua avisou que, "até ao final desta campanha, todos os dias o Bloco de Esquerda" vai perguntar "quem é que paga a campanha do Chega, quem é que dá dinheiro ao Chega, onde é que estão as contas do Chega, onde é que estão os nomes dos financiadores do Chega".

"Porque me parece muito importante, em nome do combate à corrupção, que o partido Chega e que André Ventura digam hoje e já quem é que financia o partido e nós vamos perguntar todos os dias", enfatizou.

Segundo a líder do BE, que tem trazido nesta campanha por diversas vezes a questão do financiamento do Chega, "não é possível admitir que haja um partido que acha que está acima da lei" e que não diz de "onde recebe dinheiro".

"Eu sei que André Ventura tem fugido às perguntas dos jornalistas, tem feito uma campanha para fugir ao escrutínio da democracia e da comunicação social e percebo agora porque é que quer fugir. Quer fugir porque não quer dizer quem é que está a pagar a campanha", reiterou.

Hoje, à chegada a um almoço comício em Coimbra, o presidente do Chega foi questionado sobre esta notícia que indicou também que o partido não entregou as listas de donativos referentes a 2021 e 2022.

André Ventura negou irregularidades e explicou que no ano da formação o partido tinha um sistema "de mera transferência, ou seja, não era um sistema que recolha documentos".

Segundo o líder do Chega, não foi possível identificar a origem de algumas transferências e o partido pediu ao banco esses dados.

"Houve alguns casos em que o banco se recusou a fazê-lo e, portanto, nós não podemos fazer mais nada", sustentou, indicando que "se não o fizerem até este processo estar fechado", poderá "reportar ao Ministério Público".

Questionado diretamente se enviou à ECFP as listas com os remetentes dos donativos, André Ventura respondeu que "a Entidade de Contas manda fazer a auditoria e tem esses documentos sempre que faz auditorias".

"A auditoria que está a decorrer neste momento tem acesso a todos os doadores do Chega, é falso dizer-se que há qualquer suspeita escondida", defendeu.