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Ventura diz que alma da AD é ser muleta do PS

Foto PAULO NOVAIS/LUSA
Foto PAULO NOVAIS/LUSA

O líder do Chega, André Ventura, afirmou hoje que a "alma da AD" é ser "muleta do PS" e defendeu que o seu partido representa a "única oportunidade de mudança" nas eleições legislativas de dia 10.

Num almoço-comício em Coimbra, André Ventura aproveitou a gafe do líder do CDS-PP, Nuno Melo, que na sexta-feira à noite se enganou e disse ser necessária "uma vitória robusta que permita a Pedro Nuno Santos ser primeiro-ministro sem depender muito dos outros".

"Essas campanhas [de PS e PSD] vão de tal forma de bizarria em bizarria que ontem [na sexta-feira] Nuno Melo até apelou à vitória de Pedro Nuno Santos. [...] Ele não se enganou, isto é o que vai na alma deles, eles são as muletas do PS. Isto é a alma da AD", afirmou.

Ventura considerou que por "isso é que eles não querem o Chega, porque na alma deles vai continuar a permitir-se que o PS governe. Saiu-lhe [a Nuno Melo] do ADN, aquilo é verdadeiramente a natureza da AD".

"Por isso, temos de ter mais votos do que estes dois partidos no dia 10. Só assim garantiremos que temos um governo de futuro e não a mesma repetição, a mesma fórmula do passado que tivemos até agora", afirmou, elencando que essa fórmula "levou a jovens que não param de emigrar, corte de pensões, abandono das forças de segurança, desleixo das fronteiras, perda de salários, a dois países, o do litoral e o do interior".

"Se tudo falhou, se em 50 anos eles tiveram todas as oportunidades e falharam, porque é que lhes devemos dar mais uma oportunidade? O único voto de mudança, a única oportunidade de mudança não é a AD nem o PS. O Chega é a única oportunidade de mudança, é a única força de mudança em Portugal", defendeu.

Perante os apoiantes, repetiu o que já tinha dito aos jornalistas antes de entrar na sala, que PS e PSD "estão no desfile de antiguidades", numa referência à presença de antigos líderes destes dois partidos nas respetivas campanhas.

"Não há um comício em que se retire uma ideia de Luís Montenegro ou de Pedro Nuno Santos. Ora é Luís Montenegro que traz Cavaco Silva, ou que traz Assunção Esteves ou Assunção Cristas, ou é hoje Pedro Nuno Santos que vai trazer António Costa. E o futuro, onde está o futuro? Qual é o futuro que têm para apresentar às pessoas?", questionou.

"Se o único futuro que eles têm são governantes de há 30 anos, são políticos de há 20 anos ou é um primeiro-ministro que saiu do seu lugar por corrupção, então eles são o passado e nós somos o futuro deste país", defendeu.

O presidente do Chega aproveitou também para comentar a presença do antigo presidente da Comissão Europeia Durão Barroso na campanha da Aliança Democrática (coligação PSD/CDS-PP/PPM).

"Ontem [na sexta-feira] também, Durão Barroso dizia que não chega o voto de protesto, pedindo para que o eleitorado de direita não vote no Chega, mas na AD. Mas quem é que no seu perfeito juízo que queira protestar contra a situação em Portugal ia votar ao conselho de um homem que sai de primeiro-ministro, que deixa o seu país, o país que ama, para se vender à União Europeia e que sai da União Europeia para ir para uma das maiores financeiras internacionais que existem? Quem é que seguiria o conselho deste homem? Só um louco privilegiado o poderia fazer", criticou.

No seu discurso, André Ventura quis comentar as palavras do primeiro-ministro, António Costa, que alertou que a União Europeia está "debaixo de fogo do populismo", apesar de a ter atribuído ao secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos.

"Até pode estar debaixo do fogo do populismo, mas com o Chega pelo menos vai deixar de estar debaixo do fogo da corrupção", disse.

Falando também sobre habitação, André Ventura voltou a defender que os lucros dos bancos devem ser canalizados para descer as prestações dos créditos à habitação e considerou ser necessário mais construção e menos burocracia.

"Se pudemos salvar a banca com os nossos impostos, pensões e salários, porque é que esses senhores não podem e não devem fazer um esforço para que paguemos um pouco menos pelas casas que habitamos?", questionou.

O presidente do Chega deixou também críticas à "direita que se acha liberal", que "diz que o mercado há de resolver tudo", e à "esquerda que é radical" e "acha que é a cortar rendimentos dos proprietários ou a ocupar casas como faziam nos anos 70".