PS e PSD são "desfile de antiguidades" e Chega quer ser futuro
O presidente do Chega considerou hoje que a presença de antigos líderes nas campanhas de PS e PSD constitui "um desfile de antiguidades" e salientou que o seu partido quer ser o futuro.
"Cavaco Silva apelar ao voto na AD é simplesmente o que é normal, ele foi líder do PSD, faz parte do PSD. O que é que se nota cada vez mais? Que PS e PSD são um desfile de antiguidades, não têm nada de novo", afirmou.
André Ventura considerou que "é o desfile do passado, o Chega quer ser o desfile do futuro".
Em declarações aos jornalistas à chegada a um almoço/comício em Coimbra, o presidente do Chega foi questionado sobre o artigo de opinião de Cavaco Silva. O antigo Presidente da República apela ao voto na AD, alertando que optar por "partidos de protesto extremistas" contribuirá apenas para eleger o líder socialista, Pedro Nuno Santos, que diz não ter perfil para primeiro-ministro.
André Ventura recusou que estes apoios aos opositores estejam "a atrapalhar" a sua campanha.
"Eu não sei a quem é que se referem como os partidos extremistas, mas se estão a referir-se ao Chega, o Chega está muito confortável por ser o partido do futuro", salientou.
Referindo também que a presença do primeiro-ministro demissionário, António Costa, na campanha do PS hoje à noite, o líder do Chega defendeu que socialistas e sociais-democratas "estão absolutamente dependentes do passado".
"Eu estou convencido que o Chega é o partido do futuro e que a AD e o PS andam num desfile de velharias. Velharias não é no mau sentido, é antiguidades, era isso que eu queria dizer".
Na ocasião, o presidente do Chega foi questionado também sobre uma notícia da TVI que referiu que a Entidade das Contas e Financiamentos Políticos (ECFP) encontrou indícios de "incumprimento da lei dos donativos" e "eventuais financiamentos proibidos" nas eleições relativas a 2019.
A mesma reportagem indicou que o Chega também não entregou as listas de donativos referentes a 2021 e 2022.
André Ventura negou irregularidades e explicou que no ano da formação o partido tinha um sistema "de mera transferência, ou seja, não era um sistema que recolha documentos".
Segundo o líder do Chega, não foi possível identificar a origem de algumas transferências e o partido pediu ao banco esses dados.
"Houve alguns casos em que o banco se recusou a fazê-lo e, portanto, nós não podemos fazer mais nada", sustentou, indicando que "se não o fizerem até este processo estar fechado", poderá "reportar ao Ministério Público".
André Ventura indicou que, entretanto, o "Chega mudou o seu sistema de faturação e de donativos" para um "muito mais avançado" e "completo", que "todos os meses manda para as Finanças todos os que fazem donativos".
"Todos os meses a Autoridade Tributária recebe todos os que fazem donativos ao Chega, com os nomes, NIF [número de identificação fiscal] e etc.", salientou.
Questionado diretamente se enviou à ECFP as listas com os remetentes dos donativos, André Ventura respondeu que "a Entidade de Contas manda fazer a auditoria e tem esses documentos sempre que faz auditorias".
"A auditoria que está a decorrer neste momento tem acesso a todos os doadores do Chega, é falso dizer-se que há qualquer suspeita escondida", defendeu.
As listas com os donativos ao Chega feitos entre 2020 e 2023 foram mais tarde entregues aos jornalistas.
Enquanto falava sobre Cavaco Silva, André Ventura fez questão de voltar ao assunto do financiamento do partido, quando uma das televisões entrou em direto, para dizer que "o Chega é o partido mais transparente de Portugal".