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Missão da ONU leva medicamentos, vacinas e combustível ao maior hospital de Gaza

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Uma missão das Nações Unidas (ONU) visitou ontem o hospital Al-Shifa, o maior de Gaza e localizado no norte do enclave, levando medicamentos, vacinas e combustível para ajudar a garantir que as instalações médicas continuem a funcionar.

A informação foi avançada à imprensa por Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, que indicou que a equipa que visitou o hospital integrava pessoal do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), mas também da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).

A missão foi pré-planeada e esteve dentro do hospital aproximadamente duas horas e meia, de acordo com informações fornecidas pela ONU.

"Esta missão foi pré-planeada e estão planeadas mais missões para a próxima semana para visitar outros hospitais. A primeira missão da ONU foi ao Al-Shifa porque é o hospital de referência e é o maior", indicou o porta-voz num comunicado.

Já no seu 'briefing' diário à imprensa em Nova Iorque, Dujarric relatou que a "equipa também se reuniu com pessoas que estavam entre os feridos de ontem (quinta-feira), enquanto procuravam ajuda vital numa área a oeste da cidade de Gaza".

De acordo com as autoridades de saúde de Gaza, controlada pelo movimento islamita Hamas, pelo menos 115 palestinianos foram mortos e mais de 750 ficaram feridos no norte do enclave na quinta-feira, quando, segundo testemunhas, as tropas israelitas abriram fogo sobre uma grande multidão que correu para retirar mercadorias de um comboio de ajuda humanitária.

Israel disse que muitos dos mortos foram espezinhados numa debandada ligada ao caos e que as suas tropas dispararam contra alguns elementos da multidão que, segundo eles, representavam "uma ameaça" para os soldados.

 O diretor do Hospital Al-Awda, em Gaza, afirmou hoje que mais de 80% dos feridos no incidente durante a distribuição de ajuda humanitária, na quinta-feira, foram atingidos por tiros israelitas, sugerindo que houve um forte tiroteio.

Mohammed Salha, diretor interino do Hospital Al-Awda, disse à The Associated Press que 176 feridos foram levados para o hospital, dos quais 142 sofreram ferimentos de bala. Os outros 34 apresentavam ferimentos provocados por uma debandada.

Questionado pela imprensa sobre se a equipe da ONU que estava no hospital Al-Shifa encontrou pacientes com ferimentos a bala, Stéphane Dujarric respondeu afirmativamente.

"O meu entendimento, pelo que eles viram em termos de pacientes que estavam vivos recebendo tratamento, é que também houve um grande número de ferimentos de bala", atestou.

A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.

Em represália, Israel lançou uma ofensiva no território palestiniano que já causou mais de 30 mil mortos, de acordo o Hamas, catalogado pela UE e os Estados Unidos como organização terrorista, que controla o território desde 2007.