DNOTICIAS.PT
Madeira

APSS assinala Dia Mundial do Serviço Social com iniciativa

Existem cerca de 400 assistentes sociais na Madeira

None

A Delegação da Madeira da Associação dos Profissionais de Serviço Social (APSS) esta a dinamizar esta tarde no Colégio dos Jesuítas, no Funchal, uma conferência subordinada ao tema 'Ordem dos Assistentes Sociais - Memória, Presente e Futuro'. 

Após 20 anos foram publicados em Diário da República os Regulamentos Eleitoral e de Inscrição na Ordem, um desejo dos profissionais há alguns anos. "Uma ordem é, por definição, um instrumento de regulação da profissão. Apesar de serviço social ser uma profissão antiga, das mais antigas na área das ciências sociais viveu sempre sem uma regulação estabelecida", começou por explica Fernanda Rodrigues, presidente da Comissão Instaladora da Ordem dos Assistentes Sociais. 

"Durante muito tempo pensamos que o Estado se poderia interessar pela regulação da profissão, uma vez que era o principal empregador, quando demos conta que de facto não seria por parte do Estado que vinha este interesse, então dissemos ‘Somos capazes de promover a autorregulação’”, acrescentou a responsável vincando que a 'luta' contou com vários "bloqueios e incompreensões". 

"Os primeiros grandes opositores foram as ordens tradicionais", explicou Fernanda Rodrigues, dizendo, ainda, que a área social começou a segmentar-se e a ter diversas formações e que "cada uma delas concorria para ter uma determinada posição e, obviamente, que quem era mais requisitado, do ponto de vista daquilo que fazia, era o serviço social". 

Até hoje há muito a ideia que todos podemos fazer tudo, o que é rigorosamente verdade. Isto não se trata de quando é preciso fazemos de tudo, trata-se de ter profissionais que nós consigamos responsabilizar por aquilo que fazem  Fernanda Rodrigues

A Ordem dos Assistentes Sociais servirá para regular a profissão: "Uma profissão que se compromete eticamente, que sabe que tem um conjunto de funções e que as tem de responder.  E que em caso de não responder tem responsabilidades sobre isso. É este foi o grande objectivo", apontou. 

No que concerne aos direitos que reivindicam, a responsável explica que pretendem não exista "contrariedades sempre que os lugares que estão em aberto para assistentes sociais sejam ocupados por assistentes sociais".

Em Portugal existem "à volta de 20 mil" profissionais e na Madeira "cerca de 400", que estão presentes em diversos sectores. "Estão ligados a todos os sectores das políticas públicas", por exemplo na área da saúde, habitação, "tráfico de seres humanos, adições, não só nos modelos que nós conhecíamos mas também, por exemplo, em salas de consumo vigiado", explicou. 

A concluir, avançou que a Comissão Instaladora pretende ver criada a Ordem dos Assistentes Sociais "lá por volta de Dezembro". 

"Estamos a pensar que este será o ano final do nosso 'sofrimento', entre aspas porque estamos muito contentes com o lugar onde chegamos. Como temos agora todos os instrumentos legais, imaginamos que vamos conseguir fazer todo o levantamento de todos os assistentes sociais em todo o país, que vamos conseguir abrir o processos eleitoral e dar posse.  A nossa responsabilidade como Comissão Instaladora acaba no dia em que tomarem posse os primeiros órgãos sociais e nós gostaríamos que fosse lá por volta de Dezembro", remata. 

Esta iniciativa destina-se a todos os assistentes sociais da Região Autónoma da Madeira, em exercício de funções nos mais variados sectores e entidades, estudantes de Serviço Social e profissionais desempregados.