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Museu Etnográfico da Madeira apresenta mais um "Caderno de Campo"

Número 7 da colecção editada por aquele museu tutelado pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura tem como tema "Arribar – Artes de Cura e Proteção" e será apresentado amanhã, pelas 16 horas

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O Museu Etnográfico da Madeira, espaço tutelado pela Secretaria Regional de Turismo e Cultura, através da Direção Regional da Cultura, apresenta o número 7 da coleção editorial Cadernos de Campo amanhã, dia 19 de Março, pelas 16 horas, naquele museu. O secretário regional de Turismo e Cultura, Eduardo Jesus, estará presente na cerimónia.

"Com o título 'Arribar – Artes de Cura e Proteção', o novo número da coleção editorial em referência, aborda a medicina popular, trazendo a público, o aproveitamento inteligente dos recursos naturais, que o povo tinha à sua disposição", conta nota da SRTC.  "Conhecendo, através da experimentação, as chamadas 'ervas medicinais', utilizou-as, associadas a outros tantos rituais, com um misto de religioso e profano, nas suas artes de cura e proteção, passando esse conhecimento, oralmente, de geração em geração".

Continuando, "desde sempre que o Homem se preocupa com a saúde, o bem-estar e a felicidade. Sem explicação para as doenças e sem respostas para as suas dúvidas, foi procurando proteção dos deuses e confiando na magia e em superstições". Assim, "para proteger-se das doenças e 'arribar', que, em linguagem popular significa melhorar, foi necessário recorrer às artes de cura, utilizando o saber das curandeiras e conhecendo os meandros da Natureza, através do uso de plantas, com propriedades medicinais".

Como "o povo acredita, também, que certos gestos, superstições, amuletos dotados de virtudes (religiosos e profanos) rituais e orações populares, recitadas conforme as situações diárias, defendem-no dos 'perigos da vida', afastam o mal, a doença, ou o 'mau-olhado'", este 'Caderno de Campo' vem revelar algumas dessas crenças.

"Será apresentado numa altura em que ainda pode ser visitada no MEM a exposição temporária sob o mesmo tema (inaugurada a 20 de Fevereiro), que, tal como o livro, pretende valorizar e divulgar este saber popular ancestral, que faz parte do nosso património cultural imaterial e merece ser salvaguardado", ressalva a SRTC.

Refira-se que "o projeto editorial do Museu Etnográfico da Madeira, a coleção 'Cadernos de Campo', iniciado em 2017 tem como principal objetivo trazer a público, como o design gráfico e o próprio nome sugerem, o resultado do trabalho de investigação efetuado pelos técnicos do museu, em trabalho de campo, para recolha, inventariação, preservação e divulgação do nosso património cultural material e imaterial", explica.

A colecção foi "iniciada com 'Artefactos em cana vieira', seguindo-se 'Traços de madeira. A arte de embutir' (2018), 'Festas e Romarias da Madeira' (editado em 2019, tendo o projeto nesse ano, recebido o Prémio da APOM, na categoria de Investigação), 'Lapinhas d'A Festa' (2020), 'Do teu Fruto, o Mel' (2021) e 'No Feminino – Rituais de Passagem: O Casamento' (2022)", enumera as anteriores publicações.

Garantindo que "este projeto vem completar o trabalho de divulgação, desenvolvido pelo museu ao longo de mais de 25 anos, visível na exposição permanente e nas inúmeras exposições temporárias, com as quais pretendeu-se trazer a público, com uma periodicidade constante, a investigação desenvolvida e as coleções que se encontram em reserva, permitindo a sua rotatividade", também assegura que "não pretendem ser estudos teóricos e exaustivos dos temas, mas, essencialmente, estudos etnográficos, de divulgação de utensílios, técnicas e rituais, testemunhos preciosos do nosso património cultural".

Assim, "estas publicações têm como principal objetivo salvaguardar do 'saber-fazer' ancestral, associado às aptidões ligadas ao artesanato, estimulando potenciais jovens interessados em dar continuidade a algumas artes, motivo pelo qual privilegiamos a fotografia e a ilustração, apresentando, de forma minuciosa, as cadeias operatórias de confeção dos artefactos, mas também 'dar voz' às gerações que nos antecederam, salvaguardando, com os seus depoimentos, testemunhos preciosos do nosso património cultural imaterial, nas mais variadas áreas, nomeadamente, no que toca às tradições e expressões orais, práticas sociais, rituais e eventos festivos e os conhecimentos relacionados com a natureza e o universo", conclui a nota.