Sempre a Madeira
Depois das eleições legislativas nacionais de 2022 terem dado a maioria absoluta a um Partido Socialista que, mesmo num quadro de estabilidade parlamentar, foi um desastre absoluto de governação, as eleições legislativas do passado dia 10 de março, para além da participação relevante de 6.140.269 votantes, num universo de 9.271.479 inscritos, deram força aos partidos de direita que têm cerca de 3.231.888 votos, o que corresponde a 52,63%. O Chega teve 1.108,797 votos, enquanto o Bloco de Esquerda teve 274.029, números que mostram a esquerda radical, sempre perigosa, a ficar bem atrás. A esquerda e alguns movimentos sem identidade não conseguiram enganar os portugueses e temos finalmente um novo quadro político: um Portugal à direita. É a democracia a funcionar e espero honestamente que a vontade do povo possa ser respeitada para além de qualquer manobra de utilização subvertida das instituições. E não me parece que uma análise séria possa menosprezar um só voto de um qualquer português, sempre numa lógica responsável de representatividade democrática.
Neste ato eleitoral é evidente que os 52.992 votos da Coligação liderada pelo PSD na Madeira dão a vitória à Aliança Democrática a quem asseguram o maior número de deputados na Assembleia da República. É a Madeira a dar a vitória ao país. E na Madeira o Partido Socialista perde um Deputado para o Chega e o PSD mantém três deputados na Assembleia da República. Tudo corre bem e até aqueles que condenaram publicamente o que então chamaram de “salto político”, lá deram o seu pulinho e agora já está tudo bem. Como diz o Carlão, “assobia para o lado”. Miguel Iglésias, muito ligado à Figueira da Foz, já não está sozinho na canção de Marco Paulo “Eu tenho dois amores”. Pedro Coelho ganha força num palco político muito importante para a defesa da Madeira, onde alguns fizeram apenas ruído e pouco mais. Há muitos dossiers por fechar e o PSD já mostrou que mantém a mesma firmeza, independentemente do Governo da República, seja ele liderado pelo PSD ou pelo PS. Primeiro a Madeira. Sempre a Madeira. Os socialistas de cá, liderados a partir de lá, nunca mostraram a mesma postura. E, depois de um madeirense ter sido colocado nas listas à Assembleia da República por Lisboa, parece que se organizam para um novo movimento que concentra facções até agora dispersas e pouco organizadas. É evidente que a política é a arte de agregar, de unir e de mobilizar, de acreditar, de alcançar consensos, de crescer e de fazer crescer. A arrogância das lideranças distantes que premeiam traidores acaba sempre mal.
No meio de tudo isto, o importante é que nunca se perca a pronúncia madeirense. Essa pronúncia maravilhosa que diz muito. Confesso que, há uns bons anos, fiquei absolutamente chocado quando uma senhora, na altura Deputada na Assembleia Legislativa da Madeira, que “puxa pela veia” e procura agora novos protagonismos, fez troça da minha pronúncia madeirense. Parece que anda por aí perdida a tentar pagar umas quotas.
No PSD Madeira temos eleições internas. É um processo democrático absolutamente normal. Deve ser um processo de respeito e grande maturidade democrática. Não é um processo de “molduras” e “gostos” nas redes sociais. Os que se cingem a isso mostram que têm muito pouco para dar ao partido para além da habitual intriga infantil que os caracteriza. Os que perderam o comboio procuram desesperadamente novas boleias. Não terão sucesso. O PSD não é um partido de lugares reservados. É um partido de gente séria e tem valores e uma ideologia própria na qual não cabem oportunistas e labregos. Quem andou no quentinho e, depois, por incompetência ou aselhice, perdeu o lugar, não pode aproveitar um processo interno, que deve ser sério e responsável, para salvar a sua própria pele. A verdade é que muitos desses nunca mostraram verdadeiramente o que valem e nem sequer sabem o que é o PSD. Acabarão como aquele padeiro ridículo, a dizer que apoiam o Chega ou que vão criar um novo partido. Ganhe quem ganhar, os fracos continuarão a ficar para trás, porque o PSD Madeira deve ser sempre um partido de grandes lideranças que sabem escolher os melhores. É um partido aberto e de bem que, para além de ter estado na génese verdadeira de toda a construção autonómica, sempre soube ganhar a confiança dos madeirenses, numa relação extraordinária que perdura e que é hoje de verdadeira cumplicidade. A Madeira Sempre. Sempre a Madeira!