Marinha indiana anuncia recaptura do navio Ruen a piratas somalis
A Marinha indiana anunciou hoje que recapturou a piratas somalis o navio Ruen ao largo da costa indiana, libertando a tripulação e pondo fim a um sequestro de três meses do graneleiro de bandeira maltesa.
Este ataque, realizado em 14 de dezembro a 380 milhas náuticas (700 quilómetros) a leste da ilha iemenita de Socotra, foi o primeiro sequestro bem-sucedido por piratas somalis desde o assalto ao navio-tanque Aris 13 em 2017.
"A Marinha indiana está a frustrar os planos dos piratas somalis de sequestrar navios que navegam na região ao intercetar o MV Ruen", escreveu hoje a Armada indiana na rede social X.
Um navio de guerra indiano, o Kolkata, "nas últimas 40 horas, através de ações concertadas, encurralou e forçou os 35 piratas a renderem-se", explicou a marinha indiana.
Os 17 membros da tripulação foram retirados em segurança do navio pirata na noite de hoje sem ferimentos", acrescentou a instituição.
As forças indianas intercetaram pela primeira vez o Ruen na sexta-feira. Os piratas abriram então fogo contra o Kolkata, que respondeu "com a força mínima necessária para neutralizar a ameaça pirata", indicou a marinha, explicando que nenhum membro da tripulação ficou ferido durante a operação, efetuada em coordenação com vários meios das forças armadas indianas, entre os quais outros navios, helicópteros e aviões.
O Ruen foi recapturado a cerca de 1.400 milhas náuticas, ou 2.600 km, da costa indiana, segundo a mesma fonte.
As forças armadas indianas têm vindo a monitorizar o Ruen desde a sua captura pelos piratas, que libertaram logo no início do assalto um marinheiro ferido, que ficou sob custódia da Marinha indiana.
Em seguida, os piratas levaram o navio e os restantes 17 membros da tripulação para o estado semiautónomo somali de Puntland, onde lançaram âncora na cidade de Bosaso.
As forças armadas indianas intensificaram a sua ação contra a pirataria nos últimos meses, em reação a um aumento dos ataques marítimos, em especial no Mar Arábico e no Mar Vermelho, por parte dos rebeldes Houthi do Iémen, apoiados pelo Irão.
Desde meados de novembro, os rebeldes iemenitas Houthi, apoiados pelo Irão, têm vindo a atacar nesta zona vários navios, alegando retaliarem contra os ataques israelitas em Gaza, na sequência do atentado do Hamas de 07 de outubro.