Com todo respeito pela democracia
Hoje após o rescaldo do último ato eleitoral e já com algumas reações e muitas incertezas consoante ao futuro, dou por mim a pensar que este país parece não ter solução, (às vezes até parece que muitos preferem ser regidos por criminosos) e não ter nalguns setores políticos gente que dignifique a democracia e que saiba fervorosamente defender a liberdade. Ao menos uma solução política onde não existe entendimento por parte daqueles que durante 50 anos andam a enganar os portugueses com sucessivas promessas, e quando é preciso o cumprimento de algumas delas, o único que acontece é: mais do mesmo, corrupção, compadrio, oportunismo, vigarice. Mas será que 50 anos de (democracia) não seria tempo mais do que suficiente para perceber que: mesmo divergindo muitas vezes de alguns dos objetivos nos programas eleitorais e nas propostas apresentadas à população, deveria ao menos haver coragem e consciência política em conseguir um entendimento no que diz respeitos aos problemas básicos deste país? A teimosia dos mais votados em não aceitar a decisão de mais de um milhão e cem mil, versus os oportunistas da esquerda que já começam a cozinhar de novo um assalto ao poder aproveitando a falta de responsabilidade e de vontade de servir a nação, dando resposta aquilo que os portugueses expressamente através do voto disseram! não queremos a esquerda, muito menos a extrema esquerda radical, queremos uma mudança, não queremos maiorias, mas queremos que haja entendimento e consenso nas partes que deveriam primar pela responsável aceitação na resolução dos problemas reais do país através do diálogo e dalgum entendimento. Por em causa a estabilidade política do país, pela teimosia, a arrogância, a prepotência e a manutenção dum sistema totalmente rejeitado pelo eleitorado. Nem sequer perceberam que aqueles que tinham virado as costas à democracia através da abstenção, 14,8% voltaram a depositar esperança numa nova forma de fazer política e uma nova maneira de estar em democracia? Desde Janeiro de 2022 quando 5.256.840 eleitores não votaram, após 2 anos e neste último ato eleitoral, apenas 3.181.210 se abstiveram, portanto mais de 2 milhões de eleitores arriscaram voltar a acreditar ser possível restaurar a democracia, restituir a liberdade e resgatar os valores da sociedade, em suma reconstruir Portugal. Acho que chegou a hora de ver a governabilidade do nosso país de outra forma, onde as divergências apenas sirvam para corrigir os erros até aqui cometidos por parte daqueles que semearam promessas e colhem frustração, indignação e revolta, mas que inteligentemente continuam a acreditar na democracia. Vamos tentar comemorar os 50 anos do 25 de Abril duma forma onde a democracia volte a ter o papel a que foi implementada e respeitando a decisão dum povo farto de politiqueiros e de descalabros políticos. Vamos duma vez por todas perceber que liberdade e democracia é do povo e para o povoo devolvendo-a às suas verdadeiras origens. Vamos ver duma vez por todas se Portugal endireita!
A. J. Ferreira