Ajuda enviada por navio foi descarregada e pode ser distribuída em Gaza
A carga do primeiro navio de ajuda humanitária a chegar à Faixa de Gaza vindo do Chipre já foi descarregada e está a ser preparada para ser distribuída à população, declarou hoje a ONG responsável.
"Toda a carga foi descarregada e está a ser preparada para ser distribuída em Gaza", afirmou a organização não-governamental World Central Kitchen (WCK, na sigla em inglês), responsável por este envio de ajuda humanitária, num comunicado enviado à agência de notícias AFP.
A ONG não especificou quando e onde essa ajuda seria distribuída.
Essa carga de quase 200 toneladas de alimentos, segundo a ONG, foi transportada de Chipre numa barcaça rebocada pelo navio da ONG espanhola Open Arms, que partiu terça-feira do porto cipriota de Larnaca.
O navio aportou num cais temporário em Gaza e a carga foi descarregada para doze camiões.
O exército israelita disse na sexta-feira que submeteu o navio a "uma verificação de segurança completa" e enviou tropas "para proteger a área" onde a carga foi descarregada na costa sudoeste da Cidade de Gaza.
Esse barco foi o primeiro a utilizar um corredor marítimo aberto a partir de Chipre, o país da União Europeia (UE) mais próximo da Faixa de Gaza, face à emergência humanitária e à ajuda insuficiente que chega por terra.
A comunidade internacional e as ONG sublinham, no entanto, que este corredor marítimo e os lançamentos aéreos de ajuda não podem substituir as rotas terrestres.
O 'chef' hispano-americano José Andrés, fundador da WCK, saudou o sucesso da operação numa mensagem publicada na rede social X.
"Conseguimos! (...) Foi um teste para aprender. Podemos trazer milhares de toneladas (de ajuda) todas as semanas", assegurou Andrés.
A World Central Kitchen, da qual os Emirados Árabes Unidos são parceiros, está neste momento a carregar um segundo barco em Larnaca, cuja data de partida para Gaza ainda não foi anunciada.
A guerra na Faixa de Gaza foi desencadeada pelo ataque sem precedentes de 07 de outubro pelo grupo islamita Hamas no sul de Israel, que resultou na morte de pelo menos 1.200 pessoas, a maioria civis, segundo dados oficiais israelitas.
A operação militar israelita lançada em retaliação deixou, até agora, quase 31.500 mortos na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.