O bom, o mau e a lapa
Ultrapassada a prova eleitoral, caberá ao PSD governar o país entre a espada do PS e do Chega, e a parede das eleições antecipadas
Tornou-se um clássico das noites eleitorais. Uma hora antes dos resultados eleitorais, anunciam-se os números da abstenção. Era a acalmia antes da tempestade. O breve momento em que o coro partidário carpia em uníssono a morte lenta da democracia. Até que, em 2024, as lágrimas transformaram-se em palmas. 6 milhões de votantes, mais 745 mil votos do que em 2022. A maior participação eleitoral desde 1995. O consenso foi sol de pouca dura. Se à tarde todos aplaudiram a queda da abstenção, muitos acabariam a noite a lamentar os resultados que essa queda provocou. Para alguns, a democracia só funciona quando é a esquerda a ganhar.